Portugal e EUA destacam "excelente relacionamento" em comissão bilateral
2018-05-24 17:04:50 | Lusa

Portugal e os Estados Unidos decidiram “manter o público devidamente informado sobre as questões respeitantes às Lajes”, na reunião da comissão bilateral permanente, em que assinalaram “o excelente relacionamento entre os dois aliados transatlânticos”.

Num comunicado divulgado hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português, a 39.ª reunião da comissão bilateral permanente (CBP), que decorreu esta quarta-feira em Washington, foi uma oportunidade para “fazer mais um balanço do excelente relacionamento bilateral existente entre os dois aliados transatlânticos”.

Grande parte da reunião foi dedicada à base das Lajes, nos Açores, tendo os dois países “afirmado o seu empenho em manter o público devidamente informado sobre as questões” respeitante a este espaço, onde os Estados Unidos têm uma base militar.

Lisboa e Washington também analisaram “as ações recentes e futuras visando a resolução das questões ambientais decorrentes da presença militar norte-americana na Ilha Terceira” e reiteraram “a validade dos acordos laborais”.

No âmbito da diminuição da presença norte-americana nas Lajes, Portugal já recebeu cerca de metade das denominadas ‘infraestruturas excedentárias’, refere ainda a nota.

Esta reunião, que terminou com a assinatura de uma “declaração conjunta que espelha o diálogo positivo que marcou a 39.ª CBP”, decorreu em vésperas do arranque do “Mês de Portugal nos EUA”, que visa assinalar, através de eventos em 12 estados e 50 cidades, “a longa amizade que une os dois países e a diversidade que caracteriza o seu relacionamento”.

Nesta iniciativa, que também pretende celebrar “as comunidades portuguesa e luso-americana nos EUA”, estão inseridas as comemorações do Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas nos Estados Unidos, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, António Costa, que depois visitará os estados da Califórnia, Nova Iorque e Nova Jérsia.

Na reunião desta quarta-feira, os dois países destacaram ainda “o caráter cada vez mais diversificado das relações bilaterais entre Portugal e os EUA”, salientando nomeadamente “a cooperação em matéria de defesa” e as “oportunidades comerciais, económicas e de investimento que o gás natural liquefeito e a ‘economia azul’ proporcionam”.

Foram ainda destacados o “reforço da cooperação no plano da ciência, tecnologia, energia e ambiente” e “a intensificação do trabalho conjunto no domínio da justiça e dos assuntos internos, que passou a incluir novas áreas de colaboração, designadamente a cibersegurança, o combate aos fogos florestais, a gestão de crises e a capacitação institucional”.

Portugal e EUA combinaram ainda assinar em breve, um memorando de entendimento sobre mobilidade juvenil.

Em declarações à imprensa hoje de manhã, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou que os dois países se comprometeram a “continuar o trabalho na área de descontaminação ambiental”.

Santos Silva comentou que, há um ano, Lisboa e Washington não tinham chegado a acordo em sede de comissão bilateral permanente, mas esse impasse foi desbloqueado, nomeadamente “pela ação muito valiosa, entre outros, do atual embaixador norte-americano em Lisboa”, George E. Glass.

A comissão bilateral de dezembro passado “já decorreu noutro clima” e “este clima foi consolidado ontem [quarta-feira] em Washington”.

Em comunicado divulgado hoje, o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, valorizou hoje o que diz ser uma "ação mais diligente, mais concreta e mais efetiva" dos Estados Unidos da América em torno do processo de descontaminação na ilha Terceira.

"Em relação à questão ambiental, que é a principal questão que se coloca neste momento, foram apresentados dados que dão conta de uma ação mais diligente, mais concreta e mais efetiva do que aquilo que até aqui estava a ser feito”, os quais necessitam, agora, de validação técnica e científica", adiantou o governante, citado numa nota do executivo da região divulgada após a reunião desta quarta-feira da comissão bilateral permanente.

Em causa está a contaminação de solos e aquíferos provocada pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes, identificada em 2005 pelos próprios norte-americanos e confirmada, em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).


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