Empresários dos Açores queixam-se a entidade reguladora de operadores marítimos
2017-03-14 15:04:00 | Lusa/RHA

Os empresários da ilha Terceira, apresentaram uma queixa contra os armadores Boxline, Mutualista e Transinsular por atrasos no transporte marítimo de mercadorias entre o continente e os Açores.

“A Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH), após uma análise e monitorização que tem feito nos últimos meses (ao serviço público de transporte marítimo de mercadorias entre o continente os Açores, considera os resultados um atentado à nossa economia e empresas”, afirmou Sandro Paim.

O presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH) adiantou que a reclamação foi efetuada junto da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, responsável pela regulação e supervisão da atividade de cabotagem insular no âmbito do serviço público do transporte de mercadorias entre o continente e os portos dos Açores.

Sandro Paim, que falava em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, afirmou que em janeiro se registou um atraso, por parte dos armadores, no cumprimento das chegadas no porto da Praia da Vitória, de cerca de 46%, enquanto em fevereiro este valor aumentou para 60%.

“No decorrer de março, até à data, verifica-se um incumprimento de 100 por cento”, disse o dirigente, que acrescentou ter havido um navio que “pura e simplesmente não atracou” no porto da Praia da Vitória.

O responsável adiantou que “basta deste oligopólio que todos os dias prejudica a Terceira e a economia dos Açores”, acusando os três operadores de “prepotência”.

O dirigente recordou que, ao abrigo do serviço público, os armadores “são obrigados a publicar com antecedência os horários e escalas para o mês seguinte”, que servem para regular a atividade económica.

"É com base nesta agenda que os empresários tomam a decisão de determinar em que barco deve vir a sua mercadoria para chegar em determinado dia. Também ao nível da exportação, os empresários decidem em que barco deve sair a mercadoria para chegar ao continente e poder entrar nas redes de logística”, explicou o empresário.

Sandro Paim declarou que a CCIAH “recusa-se a reunir” com os armadores, uma vez que vai “ouvir novamente as desculpas do costume”, como greve, mau tempo e problemas técnicos.

“Só voltaremos à mesa com os armadores quando os números destes atrasos baixarem para baixo de 10%. Em regra, há incumprimento”, disse o dirigente.

O líder dos empresários referiu ter conhecimento de que o Governo dos Açores também já se queixou da situação, mas desconhece “alguma ação desenvolvida pela entidade reguladora”.

Sandro Paim vai reunir, entretanto, com o diretor regional dos Transportes, para abordar este tema e uma revisão das obrigações de serviço público que contemple a atracagem de um navio na Praia da Vitória à segunda e terça-feira e saída à quinta ou sexta-feira do mesmo porto.

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