Governo dos Açores afirma que incineração não é uma imposição
2017-04-04 10:31:34 | Lusa

A secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores disse que não é uma imposição que a valorização de resíduos seja feita por via da incineração, a solução encontrada pela Associação de Municípios da Ilha de São Miguel.

“Importa ter presente que as centrais de valorização energética não têm que passar apenas pela incineração. Há outras soluções que estão previstas como o biogás, etc. Portanto, é uma solução entre várias dentro da valorização energética dos resíduos”, afirmou Marta Guerreiro.

A responsável pela pasta do Ambiente falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, à margem da reunião da Comissão Permanente de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Trabalho, onde foi ouvida sobre o processo de incineração, tal como Ricardo Rodrigues, presidente da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM).

Em sede de comissão parlamentar, Ricardo Rodrigues voltou a referir hoje que a opção pela incineração na ilha de São Miguel resulta de uma imposição do Plano Estratégico de Prevenção e Gestão de Resíduos dos Açores, documento aprovado apenas com dois votos contra no parlamento regional.

Questionada sobre a construção da central de valorização energética, considerada essencial para que a incineradora possa disponibilizar a energia que gerar na rede da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), Marta Guerreiro afirmou que o Governo Regional pretende integrar na rede mais energia renovável, mas que há que haver armazenamento.

“O armazenamento de energia pode ser feito por duas vias: através de uma central hídrica reversível ou baterias. Estamos a estudar com a EDA a solução que melhor se adequa”, declarou a secretária regional, que acrescentou que a via do armazenamento “favorece os operadores no sistema, nomeadamente a AMISM.

Ricardo Rodrigues, por seu turno, anunciou que está a desenvolver esforços junto do Governo da República para que no âmbito da reprogramação financeira do atual quadro comunitário de apoio se possa assegurar as verbas necessárias para colocar na incineradora uma unidade de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB).

Entretanto, Filipe Tavares, do Movimento Salvar a Ilha, que tem vindo a questionar a solução da incineração em São Miguel, manifestou-se “muito surpreendido” com a posição e a intenção do Governo Regional de implementar, até 2020 na ilha de São Miguel, o TMB.

“Ficamos, de facto, muito surpreendidos, porque até agora era tudo contrário à implementação do tratamento mecânico e biológico. Era só a incineradora em São Miguel e o que nos foi transmitido hoje é que o Governo Regional é a favor do TMB”, afirmou o porta-voz do movimento, Filipe Tavares, à saída do encontro com Marta Guerreiro.

Notícias Relacionadas Horizonte