Estudo identifica necessidade de alterar horários no comércio tradicional da ilha Terceira
2017-06-12 10:27:41 | Lusa

Um estudo sobre as preferências dos consumidores no comércio tradicional na ilha Terceira, identifica a necessidade de alteração de horários, alargamento de espaços para estacionamento nos centros das cidades e maior diversificação da oferta.

“Os consumidores apresentam algumas considerações, nomeadamente quanto ao horário de funcionamento, ao estacionamento, à acessibilidade, à existência ou não de uma política forte do cartão de loja ou de comércio tradicional”, disse aos jornalistas Teresa Tiago, da empresa responsável pelo estudo, Consort4B.

A avaliação, encomendada pela Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH)e apresentada aos empresários, baseou-se em inquéritos feitos aos consumidores locais, aos turistas e aos próprios empresários das duas cidades da ilha Terceira, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória.

A falta de espaço de estacionamento nos centros urbanos foi uma das principais queixas dos consumidores da ilha Terceira, que apontam como horário preferencial para fazerem compras o período entre as 17:00 e as 20:00.

No entanto, a maioria dos empresários tem os estabelecimentos encerrados neste período e apresenta resistência à alteração de horários.

“A maior parte referiu a própria legislação laboral, os custos em termos das horas extraordinárias e a necessidade de adequação de outras atividades, que não apenas a comercial, para garantir que os próprios colaboradores continuam com bem-estar efetivo, nomeadamente os horários dos transportes e de outras atividades de apoio às famílias”, revelou Teresa Tiago.

Para o presidente da CCAH, Sandro Paim, ainda que seja necessário respeitar um certo equilíbrio, há uma necessidade evidente de alteração dos horários do comércio tradicional, mesmo que seja preciso abrir as lojas mais tarde para as fechar depois das 18:00.

“Vai ter que chegar a um ponto em que vamos ter de reunir todos num grande fórum e todos definirmos que aquele é o horário. Da mesma maneira que está predefinido que as 09:00 é o horário de abertura, vamos ter de predefinir que o horário de abertura é às 10:00 e o pontual será às 9:00”, salientou.

Segundo o presidente da associação empresarial, não basta fazer eventos pontuais, em que o comércio tradicional abre portas ao fim de semana ou ao final do dia.

“O conjuntural, já o fazemos, o que precisamos é de dar passos mais firmes, passos estruturais para o nosso comércio e este estudo vem dar-nos respostas a este nível”, frisou.

O documento identifica que apenas 50% dos consumidores locais - de um total 290 inquiridos - faz compras na Internet com regularidade, mas ainda assim a CCAH pretende criar uma plataforma ‘online’ comum para o pequeno comércio da ilha.

Quando aos turistas inquiridos, apesar de globalmente fazerem uma avaliação positiva da experiência na ilha, deixaram reparos à falta de diversidade de marcas e às dificuldades de comunicação com os lojistas.

“Procuram mais lojas de marcas e uma oferta mais diferenciada. Apontam também a inexistência, em termos da restauração, de grandes ofertas no domínio do vegetariano e para crianças. São pequenos pormenores que com grande facilidade o comércio tradicional consegue alterar”, realçou Teresa Tiago.

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