Festas Sanjoaninas assinalam 180 anos do nome Heroísmo atribuído à cidade de Angra
2017-06-22 08:12:09 | Lusa/RHA

As festas Sanjoaninas, que decorrem de hoje a a 02 de julho, em Angra do Heroísmo, assinalam os 180 anos da atribuição da Grã-Cruz da Torre e Espada e do nome Heroísmo à cidade.

“Esta atribuição deve-se ao apoio que a cidade de Angra e a população da ilha [Terceira] deu à causa liberal”, adiantou, em declarações à Lusa, Paula Ferreira, guia turística.

Foi de Angra que partiu D. Pedro IV, com o seu exército, para o desembarque no Mindelo, que permitiu aos liberais tomar a cidade do Porto.

A 12 de janeiro de 1837, a Rainha D. Maria II reconheceu o papel da população de Angra na vitória do liberalismo, na guerra civil portuguesa, atribuindo a Grã-Cruz da Torre e Espada e o título de “Sempre Constante” à cidade, por carta régia, e ordenando que se denominasse daí em diante de Angra do Heroísmo.

Angra já tinha o título de “Mui Nobre e Leal”, atribuído na sequência do apoio a D. António e às lutas contra o domínio espanhol.

A cidade foi a primeira do país a ser distinguida com a Grã-Cruz da Torre e Espada e a única durante uma monarquia.

“É uma honra muito grande. A Grã-Cruz da Torre e Espada é a mais alta condecoração que o chefe de Estado português pode atribuir a alguém”, salientou Paula Ferreira.

Este ano, as festas concelhias, que comemoram o São João, assinalam a efeméride, tendo como tema “Muito Nobre, Leal e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo”, que dará mote para o cortejo de abertura das Sanjoaninas, quinta-feira à noite.

Segundo Paula Ferreira, é importante que a cidade valorize e dê a conhecer a sua história, que a torna única do ponto de vista turístico.

“É uma cidade lindíssima, magnífica, que tem o seu impacto pela sua imagem visual, mas toda esta envolvência que está por detrás pela parte histórica causa um deslumbramento ainda maior”, salientou.

Já no ano passado, a autarquia optou por associar as festas Sanjoaninas a uma efeméride, recordando os 250 anos da instalação da Capitania Geral na cidade, que foi na altura capital dos Açores.

“É importante darmos a conhecer a nossa história. É claro que para a conceção dos carros e do desfile de abertura há que pesquisar, mas eu acho que é uma maneira de nos enriquecermos a todos”, frisou Raquel Ferreira, vereadora da autarquia.

Durante 11 dias, Angra do Heroísmo celebra o São João com cortejos, marchas populares, espetáculos musicais, exposições, artesanato, gastronomia, tauromaquia e atividades desportivas, entre outras.

Segundo Raquel Ferreira, em outubro do ano passado a hotelaria já estava “praticamente esgotada” para a semana das festas.

“Estamos na época alta, mas de qualquer modo há muitas pessoas que aproveitam esta altura para visitarem a ilha”, realçou, acrescentando que para além dos turistas há muitos emigrantes que escolhem visitar familiares durante as festas.

Este ano, as Sanjoaninas batem um novo recorde de marchas populares, com 41 grupos a desfilarem nas principais ruas da cidade, divididos por duas noites.

“Temos marchas a virem de São Jorge, do Faial, do Pico, de São Miguel, do Funchal e há realmente este gosto e esta vontade de vir a estas festas”, salientou a vereadora.

O orçamento total das Sanjoaninas ronda os 600 mil euros, com uma comparticipação de 250 mil euros da autarquia.

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