Censo revela dez mil garajaus nos Açores, maior aumento em oito anos
2017-07-18 11:19:59 | Lusa

O Censo de Garajaus realizado em junho nos Açores concluiu pela existência de cerca de dez mil aves no arquipélago, o maior aumento em oito anos, anunciou o executivo regional.

Citado numa nota de imprensa, o diretor regional dos Assuntos do Mar, Filipe Porteiro, afirma que o censo “permitiu concluir que existem cerca de dez mil aves no arquipélago dos Açores, nomeadamente 4.176 casais reprodutores de garajau-comum em 124 colónias e 763 casais de garajau-rosado em 25 colónias”.

Estes dados “representam um aumento da população, em relação a 2016, de cerca de 50% para casais reprodutores de garajau-comum e de 30% para casais de garajau-rosado”, adianta Filipe Porteiro.

Segundo o responsável, o grupo central do arquipélago dos Açores – ilhas do Pico, Faial, Terceira, Graciosa e São Jorge – é o que apresenta “a maior percentagem de casais de garajau-comum”, cerca de 50%, sendo que a população de garajau-rosado concentra-se mais em São Miguel e Santa Maria, onde estão 76% dos casais reprodutores.

“Desde 2009, este foi o ano em que registámos mais garajaus”, salientou Filipe Porteiro na mesma nota, reconhecendo que, apesar dos resultados positivos do censo, “esta ave marinha continua a precisar de especiais medidas de proteção”.

Dados do ano passado disponibilizados pelo Governo dos Açores indicam que “os investigadores estimam que, na Europa, cerca de 50% dos garajaus-rosados nidifiquem nos Açores, onde existem mais de três dezenas de colónias desta espécie protegida, considerada uma das 30 mais raras no continente europeu”.

No arquipélago dos Açores, as principais colónias de garajaus rosados (75% a 80%) concentram-se nas ilhas Graciosa, Flores e Santa Maria.

No ilhéu da Praia, na Graciosa, encontra-se a segunda maior colónia de garajaus-rosados da Europa.

O Censo de Garajaus 2017 foi coordenado pela Direção Regional dos Assuntos do Mar e visou quantificar as populações das duas principais espécies de garajaus que nidificam nos Açores.

Além da visita às colónias acessíveis para contabilização de ninhos e posturas por técnicos dos parques naturais e da direção regional, “as contagens nas colónias mais inacessíveis, em particular nos ilhéus costeiros, refúgio para aves marinhas, foram efetuadas à distância por terra e por mar, através de binóculos e telescópio ou de viagens de barco à volta de todas as ilhas, que permitem estimar o número de adultos”.

O Censo de Garajaus iniciou-se em 1989, decorrendo com uma periodicidade anual desde 1993.

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