Expedição Oceano Azul termina após 20 dias com várias descobertas nos Açores
2018-06-25 13:46:28 | Lusa
A expedição Oceano Azul, que pretendia explorar zonas pouco conhecidas do mar dos Açores, terminou no domingo após 20 dias e 650 milhas percorridas, tendo sido feitas várias descobertas no arquipélago.
A descoberta de um novo campo hidrotermal foi o destaque maior da expedição, "que cumpriu os seus objetivos científicos de avaliar as comunidades biológicas das zonas menos conhecidas do mar dos Açores, entre ecossistemas costeiros, de oceano aberto e mar profundo", diz nota da organização hoje enviada à imprensa.
Juntando 28 investigadores e 96 participantes, a expedição descobriu também jardins de corais e esponjas de profundidade, tendo reconhecido ainda a existência de "comunidades marinhas únicas e isoladas" nas ilhas das Flores e Corvo e avistado uma "maior abundância de peixes nos montes submarinos", para além de "alguns recifes rochosos não costeiros"
O campo hidrotermal descoberto, o primeiro através de meios exclusivamente portugueses e também o que fica a menos profundidade de todos os oito campos conhecidos nos Açores, situa-se a 570 metros de profundidade, no monte submarino Gigante, a 60 milhas da ilha do Faial.
O Governo dos Açores, através do secretário do Mar, Ciência e Tecnologia, adiantou que pretende incluir no Parque Marinho da região a fonte hidrotermal descoberta esta semana para "salvaguardar o seu valor ecológico e patrimonial".
"Não tenho dúvidas de que esta expedição representou um forte contributo para os objetivos do Governo Regional no que respeita ao conhecimento e à investigação marinha no arquipélago", sublinhou Gui Menezes, citado em nota de imprensa do executivo.
A expedição científica Oceano Azul teve como objetivo explorar zonas ainda pouco conhecidas do mar dos Açores para promover a conservação marinha, no âmbito do programa “Blue Azores”.
A expedição foi organizada pela Fundação Oceano Azul em parceria com a Waitt Foundation (proteção dos oceanos) e a National Geographic Pristine Seas (projeto para salvaguardar zonas intactas dos oceanos), e em colaboração com a Marinha Portuguesa através do Instituto Hidrográfico, o Governo Regional dos Açores e a Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental.
Participaram na expedição, além de cientistas nacionais de diversos centros de investigação e universidades, especialistas de universidades e instituições dos Estados Unidos, Austrália e Espanha.
A Fundação Oceano Azul foi criada no ano passado com o objetivo de “reaproximar Portugal do mar”. O programa “Blue Azores” é uma pareceria com a Fundação e a Fundação Waitt a três anos para a promoção, proteção e valorização do mar dos Açores.