Governo dos Açores enaltece papel dos agências de viagens no combate à sazonalidade
2018-11-23 10:02:44 | Lusa

A secretária regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores enalteceu o papel das agências de viagens no combate à sazonalidade do destino, na qual o mercado português tem um papel ainda mais importante na época baixa.

"Não podemos deixar de fazer uma menção especial ao mercado português, aquele para o qual todos vós [agências de viagens] trabalham diariamente, não só por ser um dos nossos principais mercados emissores, mas também por ter um peso ainda mais relevante na dita época baixa", disse Marta Guerreiro no seu discurso de abertura do 44.º Congresso Nacional da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em São Miguel.

Segundo Marta Guerreiro, o peso do mercado nacional na hotelaria tradicional é de 42% ao longo de todo o ano, passando a ser ainda mais elevado no inverno, ao atingir 53%.

"Não posso deixar de realçar a importância dos operadores e agências de viagens nacionais nos fluxos turísticos para os Açores, especialmente nesta época do ano, que em muito tem contribuído para combater um dos nossos principais desafios, a sazonalidade do setor", afirmou a governante regional.

Marta Guerreiro adiantou que, apesar de o destino Açores ter crescido, quer continuar a fazê-lo "com bons ritmos", até porque há "ainda uma boa margem" para o fazer.

"Mas com os crescimentos, novos desafios temos pela frente. O principal deles [é] fazer com que este setor se afirme, definitivamente, como um dos motores de desenvolvimento económico, ambiental, cultural e social dos Açores, com um papel, cada vez mais importante na economia da região, não só ao nível do produto gerado, mas também, em especial, ao nível das oportunidades de emprego e empreendedorismo criadas", explicou.

Marta Guerreiro referiu que o crescimento da procura do arquipélago como destino turístico "possibilitou melhores e consistentes taxas de ocupação, com os Açores a serem, desde 2015, a região do país com o maior crescimento nas dormidas, com uma variação positiva de 20%, superando-se, em 2017, com grande margem, a desejada meta dos dois milhões de dormidas".

Este ano, e à semelhança do que acontece no setor como um todo nacional, Marta Guerreiro referiu que se registam taxas de crescimento nos fluxos turísticos mais baixas que as verificadas nos anos anteriores, "em parte pela desaceleração conjuntural internacional dos fluxos turísticos já prevista desde fins de 2017, mas também pelo ressurgimento de destinos de sol e praia com preços extremamente baixos".

"Embora os Açores não se posicionem, nem como destino turístico de baixo preço, nem como destino de sol e praia, apesar das nossas excelentes praias e pitorescas zonas balneares, com água do mar a uma temperatura invejável, na verdade, mesmo os turistas com algum perfil de turismo de aventura e de natureza estão a ser aliciados por promoção intensiva e preços muito baixos em destinos como Egipto, Turquia ou Tunísia", referiu.

No entanto, acrescentou Marta Guerreiro, esta evolução, após um crescimento de 93% das dormidas em três anos, "vem permitir um ritmo mais adequado" à estratégia turística que o Governo dos Açores definiu.

Esta estratégia pretende que "a atividade cresça de forma sustentável e gradual, garantindo a boa gestão dos recursos físicos e humanos, a maximização de ganhos económicos para todos os agentes regionais, assegurando benefícios para a população e para a criação de valor cultural”, mas sempre em harmonia com o principal ativo diferenciador da região, a “natureza exuberante, impressiva e preservada", salientou a secretária regional.


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