Subsídio de mobilidade é fundamental para mobilidade dos açorianos
2019-09-06 10:30:40 | Lusa
O presidente da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, Rodrigo Rodrigues, considerou que o subsídio social de mobilidade é "fundamental" para os açorianos, mas reconheceu que o modelo deve ser "acertado" e "alinhavado".
"Achamos que o subsídio é fundamental para a região do ponto de vista da mobilidade dos residentes, mas o modelo criado há cerca de quatro anos tem algumas falhas, que já são conhecidas de quase toda a gente", sinalizou Rodrigo Rodrigues, numa altura em que o subsídio e os seus custos para o Estado estão em discussão na sociedade civil açoriana após declarações recentes do primeiro-ministro, António Costa.
Rodrigo Rodrigues deu à agência Lusa o exemplo da Terceira, onde em "algumas alturas do ano" as companhias aéreas praticam "preços muito altos entre o continente" e aquela ilha do grupo Central.
"As companhias sabem que os residentes recebem a compensação, mas na prática o que acontece é que os turistas, não recebendo essa compensação, encontram valores proibitivos" para viajar para a Terceira, optando por ir para outros destinos, lamentou o responsável da Câmara do Comércio.
Em entrevista ao Diário de Notícias da Madeira, noticiada na terça-feira pelo Açoriano Oriental, António Costa definiu o subsídio social de mobilidade como "absurdo e ruinoso" e defendeu a transferência da sua gestão do Estado central para as regiões autónomas da Madeira e Açores.
Nos Açores, o modelo de subsídio de mobilidade define que, nas viagens entre a região e o continente, haja reembolso para os residentes no arquipélago no montante entre a diferença do bilhete comprado e valor máximo de 134 euros por viagem de ida e volta.
Para viagens entre os Açores e a Madeira, o montante em causa é de 119 euros.
Antes de este modelo entrar em vigor, não havia reembolsos das viagens e apenas as transportadoras aéreas SATA e TAP operavam para os Açores, enquanto atualmente também a Ryanair voa regularmente para São Miguel e para a Terceira.
Os CTT são a entidade prestadora do serviço de pagamento do subsídio social de mobilidade aos cidadãos beneficiários, no âmbito dos serviços aéreos entre o continente e a Região Autónoma dos Açores.
Diversos partidos reagiram às declarações de António Costa e o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, considerou que o atual modelo de acessibilidades aéreas de e para a região trouxe "inegáveis vantagens" ao arquipélago, mas disse também que o primeiro-ministro "tem razão" ao pedir o "aperfeiçoamento” do mesmo.
"Não pode ser posta em causa a mobilidade aérea dos açorianos e a importância que os transportes aéreos e este modelo têm para a economia da nossa região", sublinhou o governante.
Para Vasco Cordeiro, "não faz sentido que, havendo menos pessoas a usufruírem de apoio" em 2018, a despesa com os reembolsos tenha sido muito superior.
“Nesta parte, o senhor primeiro-ministro tem razão. É necessário introduzir melhorias, afinamentos neste processo", defendeu.