Mais de 30 grupos de marchas populares nas Sanjoaninas de Angra do Heroísmo
2016-06-17 11:53:27 | Lusa/RHA
As festas Sanjoaninas, em Angra do Heroísmo, vão contar este ano com 36 grupos de marchas populares, levando a que haja dois dias de desfiles, informou fonte camarária.
“É um recorde, sem dúvida. Temos 34 de adultos e duas infantis”, frisou, em declarações à Lusa, Raquel Ferreira, vereadora da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, que coordena as festas, que decorrem de hoje a 26 de junho.
No ano passado, com 26 marchas na noite de São João, a última terminou o desfile perto das 05:00, já quase sem público nas ruas, por isso, quando o número aumentou, foram os próprios participantes a sugerir a divisão em duas noites.
“As pessoas ensaiam, vêm com a filarmónica, criam a música e o guarda-roupa para as pessoas verem, com toda a sua criatividade, e depois não têm ninguém para ver” se o desfile se prolongar pela madrugada, explicou Raquel Ferreira.
Em Angra do Heroísmo, o São João comemora-se durante dez dias com as festas concelhias, que incluem marchas, desfiles, espetáculos musicais e tauromáquicos, gastronomia, artesanato, exposições e atividades desportivas, entre outras.
A noite de São João, é uma das mais fortes das festas e atrai muitas pessoas às principais ruas da cidade, onde já estão colocadas cadeiras para reservar um lugar de primeira fila.
Além das marchas locais, chegam seis marchas de outras ilhas (São Miguel, Pico e Flores) e uma filarmónica da Califórnia (Estados Unidos da América).
Há seis anos que a Marcha dos Coriscos se organiza na ilha de São Miguel, de propósito para participar nas Sanjoaninas, e é recebida com carinho pelos terceirenses, que nessa semana esquecem as “disputas” com a ilha vizinha.
“A rivalidade cessa nas Sanjoaninas. Acho que as pessoas vêm com gosto e preparam-se para vir com as marchas aqui”, salientou a vereadora da autarquia de Angra do Heroísmo.
As festas, orçadas em cerca de 600 mil euros, contam com um apoio da autarquia de 250 mil euros, mas para Raquel Ferreira é um investimento com retorno na economia local.
“Uma marcha tem cerca de 80 figurantes mais ou menos. As roupas, os tecidos, os sapatos, os adereços, as maquilhadoras, as cabeleireiras… tudo isso faz realmente mover muito. Multipliquemos por 30, isso gera muita receita, move muita gente”, frisou.
As Sanjoaninas têm também impacto na hotelaria e na restauração, sendo uma das épocas do ano com mais turistas na ilha Terceira.
“A informação que nós temos tido é de que os voos estão cheios e a hotelaria, este ano, ficou mais cedo perto da ocupação total”, adiantou a vereadora.
A autarquia espera mais turistas das outras ilhas dos Açores, nesta edição, mas também do continente português e das comunidades emigrantes dos Estados Unidos e do Canadá.
Segundo Raquel Ferreira, este ano, foi feita até uma edição especial de divulgação das Sanjoaninas para a Polónia, através do Turismo de Portugal.
“Vamos, ao longo do tempo, conquistando novos mercados, promovendo não só as Sanjoaninas, mas de uma maneira geral Angra do Heroísmo, que é uma cidade Património Mundial da Unesco”, salientou.
Pelo palco principal das Sanjoaninas passam Áurea, Atoa, Diogo Piçarra, Cuca Roseta, Agir, The Gift e João Pedro Pais, entre outros músicos, e de acordo com a autarquia a venda de ingressos está acima do registado em anos anteriores, sendo que apesar de noticias que hoje circularam de que o concertos musicais estariam suspensos devido a uma ação judicial colocada por uma das empresas que concorreu para a realização dos espectaculos musicais, estes vão se realizar tal como programados, sendo que este assunto será resolvido em tribunal, disse à Rádio Horizonte, Guido Teles, vereador da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.