Alojamento e restauração em São Miguel e Santa Maria com melhor situação financeira
2016-07-09 10:52:24 | Lusa
O inquérito à atividade empresarial de 2015 da Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, nos Açores, indica que o setor do alojamento, restauração e similares foi o que registou a situação financeira mais satisfatória.
O inquérito mostra que a situação financeira em 2015, comparativamente com a de 2014, é igual para 60% dos inquiridos, melhor ou muito melhor para 28 por cento e pior ou muito pior para 12%, revela o relatório divulgado pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada – Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria, com cerca de 900 associados.
O documento adianta que “o número de empresas que considera a situação financeira melhor ou muito melhor subiu 9% em 2015”, sendo que “o setor do alojamento, restauração e similares foi o que registou a situação financeira mais satisfatória em relação ao ano anterior (70%)”, quando “esse valor era nulo”.
O relatório reúne respostas de 140 empresas daquelas duas ilhas obtidas no final do primeiro trimestre deste ano, comparando dados do ano passado com os obtidos em 2014.
À agência Lusa, o vice-presidente da Câmara de Comércio Horácio Franco afirmou que a informação demonstra que “o anterior modelo de transporte aéreo estava obsoleto antes de 2015 e que a liberalização do espaço aéreo veio trazer uma lufada de ar fresco, pessoas e economia” à região.
Nesse sentido, o setor do turismo “beneficia de haver um fluxo diferente e uma maior circulação de pessoas no arquipélago”, sustentou Horácio Franco, responsável pela mesa do Turismo daquela entidade.
Em março de 2015, foi realizado o primeiro voo de uma “low cost” para Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
A liberalização contempla as rotas entre Ponta Delgada e Lisboa e Porto, e entre Terceira e Lisboa e Porto, mas nesta ilha continua por executar.
Segundo o documento, “cerca de 70% das empresas considera que o atraso no recebimento de clientes é igual em relação ao ano anterior”, sendo, no pagamento a fornecedores, o prazo médio de 30-60 dias o mais utilizado.
“Relativamente à situação contributiva perante o Estado e a Segurança Social, regista-se uma diminuição de 2% nas empresas em incumprimento”, refere o relatório, acrescentando que, no âmbito do investimento, e comparando com os resultados obtidos no último estudo realizado, “a maioria das empresas (61%) que respondeu ao inquérito realizou investimento nos últimos dois anos, sendo nos serviços e no comércio, com 38% e 29% respetivamente, os setores onde se verifica essa tendência”.
A construção civil continua a ser o setor que menos investimento realizou (7%), nota o relatório, acrescentando que, em matéria de emprego, “59% das empresas mantiveram o nível” em 2015.
Para Horácio Franco, a situação relativa à construção civil “não é surpresa”, assinalando que o setor foi o que “mais empregos perdeu e foi o mais penalizado pela crise dos últimos anos”.
Quanto às perspetivas sobre a conjuntura económica para 2016, “63% das empresas considera que vai ser igual a 2015, 27% que será melhor ou muito melhor e 10% que será pior ou muito pior”.
O inquérito, que é realizado desde 2009, visa a recolha de informação sobre alguns aspetos da atividade empresarial, nomeadamente a situação financeira, o nível de investimento, o financiamento e emprego, e perspetivas.