O presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), Mário Fortuna, estimou que a pandemia da covid-19 vai provocar mais de mil milhões de euros de prejuízo no turismo da região até 2022.

“Vamos ultrapassar os mil milhões de euros de prejuízo incutido neste setor [do turismo] nos Açores. É verdade que houve muitas medidas de mitigação, que compensaram, mas isto não quer dizer que o setor não tenha perdido este grau de nível de contributo”, declarou.

Mário Fortuna acrescentou que a previsão contempla os anos de 2020, 2021 e “alguma coisa que ainda haverá de ficar para” 2022.

O empresário falava, segunda-feira, em Ponta Delgada após uma reunião com o secretário dos Transportes, Turismo e Energia do Governo dos Açores, Mário Mota Borges, e com a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

Mário Fortuna assinalou que o “impacto negativo da pandemia” da covid-19 no turismo da região em 2020 foi estimado em 400 milhões de euros.

Segundo disse, em 2021, o setor turístico açoriano deverá ter um prejuízo com um “valor equivalente”.

“Imagino que, no segundo ano [de pandemia], vamos ter um valor equivalente porque até agora o turismo ainda não recuperou verdadeiramente e tivemos um princípio de ano de 2021 ainda pior do que o ano anterior”, apontou.

O responsável notou que “este problema [da pandemia] ainda não passou".

"Estamos a começar a sentir alguma recuperação, mas vamos nos lembrar que ao longo deste processo acumulamos mais dívida, acumulamos mais crédito e as empresas vão ter de lidar com esse problema”, frisou.

Mário Fortuna enalteceu ainda o plano "Reativar o Turismo. Construir o Futuro", apresentado em Ponta Delgada, que disse ser importante para a retoma do setor nos Açores.

O também professor universitário ressalvou, contudo, que deverá existir “espaço para que os Açores consigam fazer a modelação" do plano, tendo em conta "aquilo do que é importante” para a região, uma vez que aquele é um plano nacional.

Com o plano "Reativar o Turismo. Construir o Futuro", as previsões são de que o turismo português atinja os 27 mil milhões de euros de receitas em 2027.

Este programa assenta em quatro eixos - Construir o Futuro, Apoiar as Empresas, Gerar Negócio e Fomentar Segurança.

Durante a apresentação do plano, foi anunciado que o turismo em Portugal deve atingir, em 2023, os valores de 2019, pré-pandemia de covid-19, segundo o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo.