Classificação da carne do bovino Ramo Grande nos Açores em Jornal Oficial
2021-10-04 15:17:00 | Lusa

A carne de bovino Ramo Grande, dos Açores, vai usar a Denominação de Origem Protegida (DOP) da União Europeia se nos próximos três meses não houver “qualquer oposição internacional”, refere uma publicação no Jornal Oficial comunitário.

De acordo com uma nota do gabinete de imprensa do Governo dos Açores, “acaba de ser publicado no Jornal Oficial da União Europeia o registo do nome da ‘Carne Ramo Grande’”, um pedido “relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios”.

O requerimento feito por Portugal, através da Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Governo Regional dos Açores, “pretende atribuir a esta raça visibilidade, tornando-a numa mais-valia para o desenvolvimento económico da região”.

Os Açores possuem 241 criadores da raça bovina autóctone do Ramo Grande, totalizando 1.287 bovinos, concentrados na ilha Terceira.

Segundo o executivo açoriano, as características da carne Ramo Grande, são, “em termos de sabor, tenrura e suculência”.

De acordo com o Governo, tal é “consequência da criação dos animais em sistema de pastoreio ao longo de todo o ano, em virtude das condições edafoclimáticas [de clima e solo] dos Açores assim o permitirem, associadas ao maneio peculiar conferido pelo produtor e à docilidade própria destes animais”.

A carne do bovino Ramo Grande, em sistema de pastoreio, “tende a ter uma cor mais intensa”, sendo que “o clima bastante favorável à criação de bovinos e o solo de fácil exploração, fértil e com boas pastagens, permitiram uma boa adaptação, desenvolvimento e evolução do gado bovino”.

A sua origem remonta à descoberta e povoamento do arquipélago, tendo "adquirido ao longo dos anos as características genéticas próprias da Raça Ramo Grande".

Os criadores da raça são considerados os “guardiães de um património genético inigualável, que, ao longo de várias gerações e em condições por vezes difíceis, insistiram em manter como legado dos seus antepassados, procurando preservar a herança”.

Estes animais “têm ainda hoje grande importância nos Açores, quer pela sua utilização no labor tradicional da terra, quer nos cortejos etnográficos e, claro, à mesa dos açorianos e de quem visita”.

Não havendo, nos próximos três meses qualquer oposição internacional, será atribuída a designação de “Carne do Ramo Grande DOP”.

(Foto agroportal.pt)


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