O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, defendeu que a região necessita de pelo menos dois radares meteorológicos e considerou, por isso, que o único existente, propriedade dos Estados Unidos da América, não pode ser desmantelado.

"São necessários pelo menos dois radares meteorológicos nos Açores e este, estando aqui montado, não faz nenhum sentido que o Governo capitule perante os interesses norte-americanos", frisou Artur Lima, em conferência de imprensa, junto ao radar, situado na Serra de Santa Bárbara, na ilha Terceira.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) foi informado recentemente, por carta, da intenção de o Departamento de Defesa dos Estados Unidos "desmantelar o radar" instalado na ilha Terceira, o único existente nos Açores.

Perante esta informação, o presidente do Governo Regional defendeu a necessidade de acelerar a instalação de um radar meteorológico previsto para a ilha de São Miguel e de outros radares na região.

Por sua vez, a Ministra do Mar disse manter a esperança de que os Estados Unidos cedam o radar ao Estado português, garantindo haver orçamento para a melhoria e atualização do equipamento.

O líder regional centrista acusa, no entanto, o PS/Açores de nunca ter tido pressa de resolver um problema, para o qual o CDS tem vindo a alertar desde 2009, através de requerimentos e projetos de resolução no Parlamento açoriano.

"Uma região que necessita da previsão do tempo como de pão para a boca, uma região que necessita de ter dados meteorológicos atualizados, até os podia vender, era uma fonte de negócio. Não. Resolvemos não investir em nada disso. Os Açores são a única região do país que não tem um radar meteorológico", salientou.

O CDS deverá apresentar já no próximo plenário, tanto na Assembleia Legislativa dos Açores, como na Assembleia da República, um novo projeto de resolução a recomendar que o Estado português assuma a gestão e manutenção do radar norte-americano.

Para Artur Lima, o radar instalado na Serra de Santa Bárbara "é do melhor que existe", está atualizado e por isso, só é necessário dar formação técnico-científica a jovens açorianos licenciados, o que poderia ser feito pelos norte-americanos como contrapartida pela utilização da Base das Lajes.

O líder regional centrista considerou ainda que o presidente do Governo Regional deveria ter defendido na última reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos da América a passagem do radar "definitivamente" para o Governo da República.

"Ao que parece, o senhor presidente do Governo apenas diz que existiam boas perspetivas quanto à passagem, mesmo que temporária, para a tutela do Governo da República. Com governantes destes, nós não vamos a lado nenhum e é um grande prejuízo para os Açores", frisou.