Clube Naval quer mais visitantes na reserva do ilhéu de Vila Franca
2016-08-03 09:54:28 | Lusa
O vice-presidente do Clube Naval de Vila Franca defendeu um aumento da quota de visitantes ao ilhéu, mas o Governo dos Açores entende que não estão para já reunidas condições.
“Esta questão deveria ser levantada junto do secretário regional do Ambiente, mas, na minha opinião, podia aumentar-se a quantidade de pessoas pelo menos nos meses de verão, mas preservando o ambiente”, declarou à agência Lusa João Brum.
Atualmente, a ligação marítima para o ilhéu de Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, é assegurada pelo clube naval local, com embarcação própria, ao abrigo de um protocolo celebrado com o Governo dos Açores.
Além de constituir a cratera de um vulcão, o ilhéu de Vila Franca do Campo, que foi declarado pelo executivo regional como reserva natural a 03 de março de 1983, constitui uma zona de nidificação de aves e, atualmente, apenas podem aceder ao local 400 pessoas por dia.
João Brum afirmou que em junho de 2015 visitaram o espaço 3.075 pessoas, número que aumentou para 5.087 em igual mês deste ano.
Em julho de 2015 registaram-se 8.216 entradas, quando no mês passado o número registado foi de 8.500 pessoas.
Com o aumento do número de turistas nos Açores, o dirigente do Clube Naval de Vila Franca do Campo referiu que os estrangeiros estão a procurar a reserva natural não na perspetiva de fazer praia no seu interior, como acontece com os habitantes locais e nacionais, mas de contemplação do património ambiental.
“Muitos turistas estrangeiros quando chegam à ilha de São Miguel querem apenas fazer a volta ao ilhéu e, por vezes, fazem só uma visita de observação do espaço e das aves, não usufruindo da estadia o dia inteiro”, frisou.
João Brum acrescentou que o ilhéu tem sido procurado também durante a época baixa por turistas, apenas com o intuito de o visitarem, defendendo a necessidade de dar resposta a esta procura.
O diretor regional dos Assuntos do Mar, Filipe Porteiro, disse que não vê, “para já, a possibilidade de aumentar o número de pessoas a visitar o ilhéu e a sua zona balnear", que é a que está aberta ao público, "sob pena de haver sobrelotação” e “uma atividade de menor qualidade”.
Segundo Filipe Porteiro, o limite de 400 pessoas estipulado teve por base um estudo sobre a “capacidade de carga” da reserva, onde, além do veraneio, se destaca a valência ambiental.