BE/Açores vai propor "controlo imediato de preços" de produtos essenciais
2023-03-20 10:08:16 | Lusa
O BE/Açores vai propor, no parlamento açoriano, uma alteração à atual legislação, tendo em vista o controlo imediato de preços de um cabaz de produtos essenciais através da “fixação de margens máximas de comercialização e fixação de preços”.
“Perante a emergência que se vive, com produtos quase a duplicar de preços, vamos propor uma alteração à lei, para que esta determine que, a partir de determinado nível de inflação, tem de haver margens de comercialização”, explicou António Lima, líder regional do BE, após uma reunião da Comissão Coordenadora Regional do partido nos Açores, em Ponta Delgada.
O também deputado do BE/Açores na Assembleia Legislativa Regional lembrou que “um cabaz de compras analisado pela DECO [Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor] subiu 22,51% face há um ano e, de fevereiro a março deste ano, subiu 27,89%”, sendo que “a estes números, o Governo Regional [PSD/CDS-PP/PPM] tem respondido com inação e mera análise e monitorização dos preços”.
“É preciso agir no imediato. É preciso parar o empobrecimento generalizado de quem trabalha e travar os lucros indecentes com os produtos alimentares. O governo, ao não agir, está a colocar-se ao lado de quem ganha com a inflação”, acusou António Lima.
O parlamentar indicou ainda que, “em contraciclo com o resto do país, a inflação homóloga em fevereiro subiu de 7,1 para 7,94% nos Açores, enquanto a taxa nacional baixou de 8,4 para 8,36%”, um sinal de que a região, “provavelmente, ainda não atingiu o pico da inflação”.
“O Governo Regional limita-se a vigiar os preços, numa inação para beneficiar quem lucra com a inflação e com o empobrecimento. A este empobrecimento generalizado, o Governo Regional e os partidos que o colocaram no poder não respondem, estando apenas dedicados às suas guerras internas e disputas de poder em função das táticas nacionais dos partidos que suportam o governo”, criticou.
Para o líder regional do BE/Açores, “a recente desvinculação da Iniciativa Liberal [IL] do acordo de incidência parlamentar [com o PSD] sucede porque a sua existência era uma pedra no sapato da estratégia nacional da IL” e Rui Rocha, novo líder do partido, “veio aos Açores mandar rasgar o acordo”.
“A IL nos Açores rasgou o acordo, mantendo, no entanto, a negociação à peça. Ou seja, tudo como dantes”, disse.
Por outro lado, no executivo regional, “assim como a maioria que o suporta, estão em guerra interna constante, alheadas dos problemas das pessoas, e focados apenas no seu objetivo primordial, a manutenção do poder”, acrescentou, assegurando que, “pelo contrário, o BE continua atento aos problemas das pessoas”.