Açores inauguram hoje mausoléu com cinzas de Natália Correia e Dórdio Guimarães
2016-05-27 09:14:34 | Lusa
m mausoléu, com as cinzas dos escritores Natália Correia e Dórdio Guimarães, é hoje inaugurado no jardim interior da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
A cerimónia de deposição das cinzas está prevista para as 15:00 (16:00, em Portugal Continental e Madeira), com a presença do secretário regional da Educação e Cultura, Avelino Meneses.
Em fevereiro, o Governo dos Açores anunciou que as cinzas de Natália Correia e de Dórdio Guimarães, que se encontravam no Panteão dos Escritores, no cemitério dos Prazeres, em Lisboa, foram trasladadas para a ilha de São Miguel, cumprindo “o desejo manifestado” e “confirmado por procuração de Helena Roseta, testamenteira de Dórdio Leal Guimarães, único herdeiro de Natália Correia, falecido em 1997”.
Segundo o executivo regional, foi também o escritor Dórdio Leal Guimarães, marido da autora, que deixou por testamento público, ao Governo dos Açores, “o recheio da casa de Natália Correia, a pinacoteca e escultura de ambos, a biblioteca, composta por 10.164 obras da coleção de Natália e 2.283 da coleção de Dórdio Guimarães, manuscritos e originais de ambos, e ainda o acervo da exposição 'Homenagem Nacional a Natália Correia’”, bens que estão depositados na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
Natália Correia nasceu em São Miguel, em 1923, e fixou residência em Lisboa, onde morreu a 16 de março de 1993, tendo-se notabilizado, ao longo da sua vida, “através de diversas vertentes da escrita, já que foi poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e editora”, refere uma nota de imprensa do executivo açoriano.
“Com obra traduzida para várias línguas, o que prova o seu valor e reconhecimento também a nível internacional, Natália Correia obteve o Grande Prémio da Poesia de 1991, da Associação Portuguesa de Escritores”.
Galardoada com a Grande Ordem de Santiago e a Grande Ordem da Liberdade, Natália Correia também desempenhou um papel interventivo na vida política nacional, tendo sido deputada na Assembleia da República, entre 1980-1991.
Na ocasião, Avelino Meneses disse à Lusa tratar-se de uma “viagem de retorno de Natália Correia à sua terra natal, conforme vontade expressa da própria”, adiantando que, no jardim interior da biblioteca e arquivo, iria ser criado um pequeno mausoléu para albergar as cinzas dos dois escritores, junto ao qual haverá uma réplica em bronze de um busto de Natália Correia, criado pelo escultor Martins Correia.