Europeias: Candidato do PS/Açores diz que "ninguém se deve abster de fazer campanha"
2019-03-14 11:24:24 | Lusa
O candidato a eurodeputado André Bradford, indicado pelo PS/Açores para a lista nacional do partido, defendeu hoje que "ninguém se deve abster de fazer campanha" na região, até por causa da "baixa partipação" registada nas europeias de 2014.
"Ninguém se deve abster de fazer campanha", defendeu André Bradford, falando à agência Lusa no dia seguinte a se saber que o PSD não terá candidato açoriano nas europeias de maio, com o líder dos sociais-democratas açorianos, Alexandre Gaudêncio, a admitir que poderá não haver campanha "laranja" no arquipélago.
A campanha, sublinha Bradford, "já não é em prol deste ou daquele partido, é em prol da presença política dos Açores na União Europeia", devendo por isso abranger "todos", até porque os Açores tiveram apenas 20% de votantes no último sufrágio para o hemiciclo europeu.
"Há uma obrigação política de todos de fazer com que isso não seja assim agora nas eleições de maio. Dessa obrigação, acho que ninguém se deve eximir, é o dever daqueles que têm candidato, dos que não têm candidato, daqueles que têm responsabilidades políticas na região", prosseguiu o candidato socialista.
Para Bradford, é "óbvio e natural que os Açores ficariam muito melhor representados" no Parlamento Europeu com dois eurodeputados, "ainda por cima" integrados "nas duas maiores famílias políticas" europeias.
"Tenho a certeza que se o papel que me cabe é ser o único representante da Região Autónoma dos Açores no Parlamento Europeu, pois é esse papel que vou desempenhar com todo o estímulo, vontade e capacidade de agregar a região", prosseguiu o socialista açoriano, que segue na lista nacional do partido às europeias em 5.º lugar, posição tida por elegível.
A Comissão Política Nacional do PSD aprovou na quarta-feira o princípio de que nas eleições europeias as regiões autónomas passam a ter um lugar nos lugares eleitos no mandato anterior e outro num “lugar importante”, tendo atribuído este ano à Madeira o sexto lugar e aos Açores o oitavo, considerado já de muito difícil eleição.
“A primeira consequência é não indicarmos ninguém, porque não aceitamos lugares de segunda”, afirmou Alexandre Gaudêncio aos jornalistas na noite de quarta-feira.
O líder do PSD/Açores salientou que existia a “legítima expectativa” de a região ter um lugar elegível, quer devido à tradição existente no partido, quer pelo nome que indicaram, o antigo presidente da Assembleia da República João Bosco Mota Amaral.
“Infelizmente, esta tradição foi quebrada hoje [ontem], dissemo-lo olhos nos olhos em frente ao líder do partido e em frente de toda a direção nacional que, a partir deste momento, irá haver consequências políticas em relação à própria campanha das europeias”, afirmou.
Questionado que consequências serão essas, Alexandre Gaudêncio disse que ainda serão discutidas internamente, mas admitiu que “provavelmente será não fazer qualquer campanha política nos Açores”.