Preço dos combustíveis desce nos Açores mas sobe imposto na gasolina
2019-08-01 14:45:41 | Lusa

O preço dos combustíveis diminuiu a partir das zero horas de hoje nos Açores, tanto na gasolina, como no gasóleo rodoviário e colorido, mas em contrapartida, o ISP (Imposto sobre Produtos Petrolíferos) subiu na gasolina.

Este aumento do imposto é contestado pela presidente da Associação de Revendedores de Combustíveis dos Açores, Sónia Borges de Sousa, que entende que não se justifica aumentar agora o ISP, anulando quase por completo a descida dos preços dos combustíveis.

"O aumento da carga fiscal e do ISP não advém, nem do aumento dos custos dos motoristas, nem tão pouco do transporte entre o continente e as diversas ilhas, porque todos esses fatores estão tabelados pelo Governo Regional", lembrou a representante dos revendedores, adiantando que este aumento vai todo "para os cofres da região".

O Governo Regional determinou, a partir de hoje, uma redução de 2,6 cêntimos por litro no gasóleo rodoviário e também do gasóleo colorido (usado na agricultura e nas pescas), mas apenas de 0,1 cêntimo por litro na gasolina sem chumbo de 95 octanas, sobre o qual foi aplicado agora um aumento de imposto (ISP) de 2,5 cêntimos por litro.

João Filipe, do Fundo Regional de Coesão, explicou, em declarações à Lusa, que este aumento do imposto destinou-se apenas a compensar o facto de a região não ter subido a totalidade do ISP, em maio passado, quando o preço dos combustíveis aumentou no mercado europeu.

"No mês de maio, o Governo [Regional] entendeu não repercutir todo o aumento do preço dos combustíveis na Europa, no preço de venda ao público. O que faz agora, é um ajustamento desse valor", explicou o responsável pela gestão dos combustíveis no arquipélago, ressalvando que "não se trata de um aumento", mas apenas de um "ajustamento".

Apesar deste ajustamento, executivo açoriano assegura que o preço dos combustíveis é mais barato na região do que no continente português, em 10,29% no caso da gasolina de 95 octanas, em 20,21% no caso do gasóleo rodoviário, em 73,06% no caso do gasóleo colorido, e em 41,71% no caso do fuelóleo industrial.

Também aqui, as percentagens avançadas pelo executivo açoriano são contestadas pela Associação de Revendedores de Combustíveis, que critica o cálculo escolhido para definir o preço dos combustíveis no arquipélago, que diz mesmo ser mais elevado do que no restante território nacional.

"Continuamos a ter um preço de combustível, em média, mais caro do que no continente, porque a comparação que fazem é com o produto aditivado, e não com o produto simples, que aqui é vendido", argumenta Sónia Borges de Sousa.


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