Ordem dos Médicos afirma ter sido expulsa de centro de saúde nos Açores
2016-06-02 08:30:56 | Lusa
O presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos lamentou que um grupo de trabalho deste organismo tenha sido “expulso” de uma sala onde estava reunido com especialistas do Centro de Saúde da Lagoa.
“Ficamos muito ofendidos na dignidade da Ordem dos Médicos de termos sido postos fora, pelo conselho de administração da Unidade de Saúde da Ilha, de uma sala que era a única no Centro de Saúde da Lagoa que estava disponível, e sem nenhuma explicação”, declarou Jaime Mendes aos jornalistas.
Contactada pela Lusa, a Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel informou que iria decorrer na quinta-feira uma reunião com as partes envolvidas.
Jaime Mendes, que falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, explicou que representantes do colégio da especialidade de medicina geral e familiar estavam reunidos com especialistas do Centro de Saúde da Lagoa, no âmbito de visitas que estão a decorrer nos Açores, em vários centros de saúde.
No encontro estavam também presentes o presidente do Conselho Regional do Sul e o presidente do Conselho Médico dos Açores.
Segundo Jaime Mendes, "abruptamente, o encontro de trabalho foi interrompido pela administração, que invocou a necessidade da sala para solicitar que os participantes na reunião a abandonassem, sem que outra alternativa lhe tenha sido colocada".
Jaime Mendes afirmou que será pedido ao secretário regional da Saúde para que dê explicações e “tome as atitudes que achar necessárias”, por entender estarem em causa “irresponsabilidade e grosseria próprias de um regime de pequenos ditadores, a quem o poder sobe à cabeça de uma forma tão cega que impede o discernimento".
O responsável disse, por outro lado, que a vaga do vogal médico no conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel está por preencher “há muitos meses”, situação que se pretende também ver clarificada.
Jorge Santos, que preside à Ordem dos Médicos nos Açores, também presente no encontro com os jornalistas, referiu que o sistema de saúde na região “vai andando com vícios” e que “há riscos que podem arrastar para o declínio a prestação de cuidados de saúde”.
Contactada pela Lusa, fonte do gabinete do secretário regional da Saúde, afirmou que Luís Cabral reserva para mais tarde uma eventual posição.