Presidente da transportadora aérea açoriana SATA apresenta demissão
2019-11-05 10:07:15 | Lusa
O presidente do conselho de administração da transportadora aérea SATA, António Teixeira, apresentou segunda-feira a sua demissão por motivos de "ordem pessoal" e pelo atraso na "implementação de medidas de reestruturação", anunciou a empresa.
"Além de razões de ordem pessoal, por entre as principais razões que motivaram a sua decisão, encontram-se o atraso verificado na implementação de medidas de reestruturação, que considerou urgentes e necessárias, bem como a impossibilidade de reduzir, até ao final do ano 2019, os prejuízos do Grupo SATA, para metade do valor registado em 2018", declara a SATA em nota enviada à imprensa.
Segundo a transportadora, "não obstante alguma melhoria dos resultados operacionais alcançados na SATA Azores Airlines no corrente ano, bem como a restruturação operacional efetuada nas transportadoras do Grupo SATA", António Teixeira "considerou não terem sido alcançados os objetivos a que se propôs" quando entrou em funções, em 2018.
A substituição e nomeação de um novo presidente do conselho de administração do Grupo SATA "é da esfera de competências e da responsabilidade do Governo dos Açores", acionista único das empresas do grupo, prossegue a nota da operadora açoriana.
Em 2018, a SATA registou um prejuízo de 53,3 milhões de euros, um agravamento de 12,3 milhões face ao ano de 2017.
Na apresentação das contas de então, o presidente da empresa, agora demissionário, manifestou a intenção de baixar os prejuízos em 2019 para cerca de metade do registado em 2018, o que foi já assumido como um "compromisso comprometido", após prejuízos nos primeiros seis meses de mais de 32 milhões de euros.
António Luís Gusmão Teixeira foi indicado em julho de 2018 pelo Governo dos Açores para a presidência do conselho de administração da SATA, substituindo Paulo Meneses, que ocupava o cargo desde o final de 2015.
A empresa prepara atualmente um novo concurso para privatizar 49% da Azores Airlines – ramo da SATA que opera de e para fora do arquipélago -, após o primeiro ter sido cancelado devido à divulgação de informação tida por sensível.