Graça Silveira acusa Azores Airlines de dificultar acesso a voos
2019-11-19 10:14:27 | Lusa
A deputada independente à Assembleia Legislativa dos Açores, Graça Silveira, acusou a companhia aérea Azores Airlines de dificultar o acesso aos voos diretos entre a ilha Terceira e Boston (EUA), disponibilizando menos lugares e preços mais elevados.
"Estão a verificar-se lamentáveis dificuldades em usufruir dos serviços da Azores Airlines nas ligações entre Boston e Terceira, carecendo as mesmas de cabal esclarecimento, uma vez que colocam em causa a viabilidade da própria rota e da sua frequência", adiantou, em comunicado de imprensa.
Graça Silveira, que em setembro deixou a bancada parlamentar do CDS-PP, passando a independente, alegou que a companhia aérea terá colocado passageiros em lista de espera, em voos que depois tiveram baixa ocupação.
"Desde o início do passado mês de setembro, os passageiros interessados em viajar de Boston para a Terceira, em 23 de outubro, foram confrontados com falta de lugares no voo e colocados em listas de espera que nunca chegaram a confirmar ou, em alternativa, foram convidados a chegar à Terceira vindos de Boston via Ponta Delgada. No entanto, no passado dia 23 de outubro, dia do tal voo, aparentemente, cheio com mês e meio de antecedência, foi tornado público que o voo vindo de Boston chegou à Terceira com apenas 27 passageiros a bordo", salientou.
Por outro lado, a deputada sublinhou que "na maioria das vezes" os voos diretos entre a Terceira e Boston são "centenas de euros" mais caros do que os efetuados com escala em Ponta Delgada, na mesma companhia aérea.
"As taxas no voo Boston-Terceira via Ponta Delgada são de 149,12 euros, enquanto no voo direto, que deveriam ser menores, estranhamente são de 329,37 euros", avançou, acrescentando que "além de cobrar menos na rota para Ponta Delgada, a Azores Airlines assume ainda o encaminhamento do passageiro nas ligações interilhas, rumo ao seu destino final".
Num requerimento entregue na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Graça Silveira perguntou ao Governo Regional se tem conhecimento destas situações e que diligências tomou, enquanto único acionista do grupo SATA, no sentido de as evitar, solicitando dados relativos às taxas de ocupação do voo e ao número de passageiros embarcados.
Requereu ainda o número de passageiros que foram inscritos em lista de espera num voo direto entre a Terceira e Boston, mas não o confirmaram ou efetuaram o voo via Ponta Delgada e os motivos que lhes foram apresentados.
Relativamente ao caso concreto do voo de 23 de outubro, a deputada independente questionou o executivo açoriano sobre a razão objetiva que levou a companhia a alegar falta de disponibilidade e sobre o custo da operação naquele dia.
Graça Silveira perguntou também ao Governo Regional se tem intenção de manter a operação Terceira-Boston-Terceira e em que formato, e se existe alguma razão objetiva que justifique a diferença significativa de preços praticados pela Azores Airlines nas ligações entre Boston e as ilhas Terceira e São Miguel.
"Este tipo de lamentável situação cria na opinião pública açoriana a convicção de que a rota Terceira-Boston-Terceira é deficitária e que contribui para os maus resultados da companhia aérea açoriana", frisou.
A deputada salientou que "de janeiro a agosto de 2019, a ilha Terceira perdeu mais de 6.000 dormidas, por comparação com o mesmo período de 2018", acrescentando que, segundo os empresários, a operação de Boston é "uma das que tem maior impacto na economia local, uma vez que são dos turistas que mais proveitos deixam, desde logo na estadia que é mais prolongada, mas também na restauração, serviços de aluguer de viaturas, empresas de animação turística e no comércio local".
A Lusa questionou fonte da secretaria regional dos Transportes e Obras Públicas, que disse que a resposta ao requerimento seria dada pelas vias oficiais.