Covid-19: Açores fecham serviços públicos e centram operação aérea em Ponta Delgada
2020-03-16 15:23:19 | Lusa

O presidente do Governo dos Açores anunciou hoje o fecho, a partir de terça-feira, dos serviços públicos não essenciais, devido ao surto de Covid-19, e definiu o aeroporto de Ponta Delgada como o único da operação da Azores Airlines.

Em conferência de imprensa em Ponta Delgada, Vasco Cordeiro anunciou o fecho "de todos os serviços públicos da administração regional direta e indireta, incluindo institutos públicos e empresas públicas, com exceção" daqueles que são considerados essenciais.

Entre os referidos como essenciais estão os serviços de saúde e proteção civil, o processamento de prestações sociais, os matadouros e o desembarque e venda de pescado, os serviços inspetivos ou o fornecimento de energia elétrica.

Com a confirmação de um caso positivo de Covid-19 na ilha Terceira, o Governo dos Açores, enquanto acionista do Grupo SATA, determinou ainda a concentração da atividade operacional da Azores Airlines - que opera de e para fora da região - no aeroporto de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Questionado sobre a operação da TAP e Ryanair na Terceira, Vasco Cordeiro sublinhou que há conversas com a autoridade de saúde pública e que "a seu tempo" serão conhecidos novos desenvolvimentos sobre a matéria.

O Governo dos Açores anunciou também a suspensão do contrato de ligações aéreas de "todas as ilhas dos Açores" para a Terceira "e desta para todas as outras ilhas" da região.

Estas medidas aplicadas à Azores Airlines e à Sata Air Açores - que opera no arquipélago - entram em vigor a partir das 18:00 locais de hoje (19:00 em Portugal continental).

São exceção as deslocações referentes a transportes de carga ou "casos de força maior, desde que devidamente autorizados pela Autoridade de Saúde Regional".

O executivo regional determinou ainda a manutenção de todos os serviços de apoio ao domicílio para pessoas mais fragilizadas, com verificação prévia do estado de saúde do utente e do seu agregado, bem como do prestador do serviço.

Foi também decidido prorrogar até 30 de abril todos os prazos administrativos e certidões, certificados ou licenças que caduquem até 31 de março.

Vasco Cordeiro valorizou o "comportamento pró-ativo" que os municípios açorianoms e as empresas têm tido, "ativando os seus planos de contingência e acatando as recomendações que têm sido" emanadas pela autoridade de saúde.

O chefe do Governo dos Açores apelou, todavia, aos responsáveis de restaurantes, bares e cafés para "darem cumprimento às orientações das autoridades em matéria de horários de funcionamento e restrições" ao acesso aos estabelecimentos.

O governante apelou ainda aos açorianos para "não aderirem a rumores ou boatos" de redes sociais.

E concretizou: "Dou a minha palavra que, quer o Governo [Regional], quer a autoridade de saúde tiveram, têm e terão uma atitude de total e absoluta transparência, desde logo, sobre o número de casos suspeitos, o número de casos positivos e o seu desfecho".