Base Aérea n.º 4, nas Lajes, celebra este mês 75 anos
2016-06-10 07:24:53 | Lusa
A Base Aérea n.º4, nas Lajes, nos Açores, assinala, este mês, 75 anos e para o seu comandante, Tito Mendonça, mantém importância no apoio ao tráfego aéreo e no auxílio à população do arquipélago.
"Esta base sempre teve e sempre terá um papel fulcral e muito importante no arquipélago, principalmente pela salvaguarda da vida humana", salientou, em declarações aos jornalistas.
Em 1943, a Força Aérea Inglesa instalou-se nas Lajes, ao abrigo de um acordo assinado com Portugal, deixando a base três anos mais tarde, momento em que se transferiu para o local um destacamento da Força Aérea norte-americana, que mantém presença nas Lajes.
Ao longo de 75 anos, foram várias as catástrofes em que a Força Aérea interveio, como o terramoto de 1980 que atingiu várias ilhas dos Açores, o desabamento de terras na Ribeira Quente (S. Miguel) ou um acidente com um navio na Horta (Faial).
"Nós temos de dar apoio ao comando da zona aérea nas missões de busca e salvamento, essa é a missão primária, enquanto as evacuações interilhas e o apoio em caso de catástrofe são missões secundárias, mas na realidade verificamos que no dia-a-dia essas passaram a ser as primárias", salientou o comandante.
Os nascimentos a bordo são também momentos "marcantes" e os bebés acabam muitas vezes por ganhar o nome de quem os socorreu.
"O primeiro nascimento a bordo foi em 1994 e como forma de reconhecimento os pais quiseram pôr o nome do Aviocar [aeronave] à criança. Infelizmente depois a conservatória depois não autorizou", referiu Tito Mendonça.
Por outro lado, o comandante defende que a base, localizada na ilha Terceira, mantém importância geoestratégica, apesar da evolução das novas tecnologias e das aeronaves.
"O facto de termos no meio do oceano um arquipélago que garanta que numa emergência ou numa situação anómala tenha ali alguma coisa é só por isso muito dignificante e importante para a base. Basta ver o número de emergências técnicas, mesmo com aeronaves civis, que temos tido aqui na unidade, que tem tido um aumento exponencial", frisou.
A base, que tem atualmente dois helicópteros e um avião, espera, sem data certa, pelo reforço de uma tripulação, que ainda está em formação, mas, segundo Tito Mendonça, os meios existentes têm conseguido dar resposta às necessidades.
"Não houve até agora nenhuma missão que tivesse sido cancelada por falta de meios. Os meios têm sido coordenados, temos também a capacidade de trazer para cá, quando necessário, em reforço, outros meios aéreos", adiantou.
No ano passado, a Força Aérea rejeitou a aterragem nas Lajes de aeronaves civis, mas segundo o comandante o problema colocou-se porque as companhias não estavam a cumprir a legislação internacional e desde que começaram a fazer pedidos de acordo com as regras não se registaram mais incidentes.
"Nunca mais houve problema nenhum. As coisas têm andado a correr muito bem", sublinhou.
A 12 de junho de 1941 uma esquadrilha expedicionária da Força Aérea desembarcou em Angra do Heroísmo para iniciar a construção de um aeroporto na vila das Lajes, na Praia da Vitória, face à necessidade de existir um ponto de paragem entre a Europa e a América.
O 75.º aniversário desse momento é assinalado na ilha Terceira de hoje até 15 de junho, com uma exposição, a apresentação de um livro, momentos musicais, uma cerimónia oficial e um dia de base aberta à população.