Sindicato dos Enfermeiros pede audiência com o presidente do Governo dos Açores
2020-07-02 10:38:37 | Lusa

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) pediu uma audiência com o presidente do Governo Regional dos Açores para expor os “problemas” que os enfermeiros enfrentam, como os atrasos no descongelamento de carreiras e na valorização remuneratória.

Em nota de imprensa, o sindicato denuncia “situações que já deveriam estar resolvidas, mesmo antes da atual pandemia” e, lembrando que “o mandato do XII Governo Regional dos Açores está prestes a acabar”, pede que as questões fiquem “resolvidas o quanto antes, pois algumas delas já se arrastam por mais de dois anos”.

A estrutura regional do SEP lembra que “a Lei do Orçamento do Estado de 2018 descongelou o desenvolvimento profissional das carreiras da Administração Pública e impôs regras para a valorização remuneratória dos anos até então congelados” e “veio também permitir a contagem do tempo de serviço para os trabalhadores, neste caso enfermeiros, que trabalham no setor público empresarial do Estado, em contrato individual de trabalho”.

A nota de imprensa menciona, também, que, “a 01 de junho de 2019, entraram em vigor as alterações à atual carreira de enfermagem, o que implica um processo de transição para as novas categorias entretanto criadas”.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses refere que tem “vindo a dialogar com a responsável regional pela pasta da saúde, mas as soluções tardam, ou mesmo não aparecem”, e que não são “apresentados argumentos compreensíveis que justifiquem o arrastamento dos processos”.

Assim, e por entender que “estes assuntos merecem ter um ponto final de entendimento”, a direção sindical pede ao presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, “a marcação de uma reunião no mais curto espaço de tempo possível”.

Na passada sexta-feira, o dirigente desta estrutura, Francisco Branco, afirmou, depois de reunir com a secretária regional da Saúde, que há “indignação em relação a esta matéria”.

“Alguns dos enfermeiros estão irritados porque, no continente, este processo avançou, apesar da covid-19, mas aqui continua atrasado", prosseguiu.

A governante, Teresa Machado Luciano, admitiu, na altura, que o processo de valorizações remuneratórias já se arrasta há "longo" tempo, mas lembrou que o surto pandémico também fez atrasar este processo no arquipélago.

"Estamos a falar de 1.600 enfermeiros, de contagens, de avaliações, e o que transmitimos ao sindicato é que, no final de agosto de 2020, a situação estará resolvida", insistiu a governante, explicando que o "'timing'" foi alterado devido "à situação que estamos a viver", decorrente da doença da covid-19.

Teresa Luciano anunciou, por outro lado, que a tutela vai proceder a um aumento de "quotas para enfermeiros especializados" nas unidades de saúde de ilha e nos hospitais dos Açores, correspondendo àquilo que era uma reivindicação das estruturas sindicais.


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