Os Vereadores do PSD na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Marcos Couto e Miguel Bezerra, criticaram as operações da Azores Airlines, para o verão IATA 2021, lamentando que a companhia mantenha a “política centralista” de concentração de todas as principais rotas internacionais no Aeroporto de Ponta Delgada.

“Não se entende o abandono a que a SATA continua a votar a ilha Terceira e as restantes oito ilhas da Região.

A companhia aérea açoriana acaba de anunciar voos de e para Ponta Delgada com Paris, Londres e Bermudas, apostando em mercados que estão a regressar ao confinamento e onde a pandemia está fora de controlo, deixando cair operações anunciadas para as Lajes de destinos como Madrid, Paris, Londres e Amesterdão”, denunciam.

Para além disso, acrescentam os eleitos sociais-democratas, “estas ligações que a Azores Airlines anuncia com partida e chegada a Ponta Delgada estão a ser feitas à custa da operação Terceira/Porto”, o que vem confirmar que “a SATA é uma companhia de São Miguel paga por todos os Açorianos”.

Marcos Couto e Miguel Bezerra, apontando baterias à administração da companhia, lembram ainda que “a opção pela manutenção da concentração das operações da SATA em Ponta Delgada coloca em causa a própria saúde pública na Região”, conquanto, frisam, “com o crescente número de casos da variante inglesa da COVID-19 naquela ilha promove-se uma potencial propagação do vírus”.

Neste sentido, recordam também, “quando há um ano apareceram os primeiros casos de COVID na ilha Terceira, a SATA e o velho Governo Regional foram céleres a concentrar toda a operação da companhia no Aeroporto João Paulo II, algo que nunca se viu ser feito em sentido inverso, quando o descontrolo da pandemia atingiu a ilha maior”.

“Agora que São Miguel é a ilha com mais casos e com registo de casos da nova variante inglesa do vírus, nada é feito para proteger as ligações com as restantes ilhas e desenvolver o turismo regional, obrigando-se, antes, aos passageiros que chegam àquela ilha a fazer teste para irem para outra ilha, o que coloca em causa as deslocações de turistas de São Miguel para outras ilhas e o que acaba por afetar fortemente a promoção do turismo nos Açores”, advogam.

Os Vereadores da oposição no Município angrense vão mais longe e salientam que “com a manutenção desta política comercial centralista está definitivamente hipotecada qualquer estratégia de promoção turística dos Açores”, reconhecendo que “se se entende que o novo Governo Regional não queira interferir nas opções comerciais da companhia, por outro lado, não pode deixar, enquanto acionista único, que a empresa esteja sempre ao serviço dos grupos económicos de São Miguel, deixando para todos os Açorianos o pagamento da fatura com os custos de erros que, já vimos no passado recente, são elevados”.

“Não foi para isto que os Açorianos votaram numa mudança. Se querem uma companhia de São Miguel, privatizem a SATA e coloquem-na só ao serviço daquela ilha e logo veremos os resultados. Beneficiar sempre e só a mesma ilha e depois todos os açorianos pagarem é que não pode continuar. Foi esta política que levou a companhia onde ela está”, salientam.

Marcos Couto e Miguel Bezerra afirmam ainda que “foi este centralismo bairrista cego que levou a companhia para o abismo onde se encontra”, chamando a atenção do Governo Regional que “não se podem manter os erros do passado”.

“Os Açorianos estão cansados desta política. Importa promover todas as ilhas, contribuindo para o desenvolvimento de todos os negócios que têm vindo a surgir e prosperar em todas as ilhas da Região. Continuar a validar estas opções comerciais centralistas da Azores Airlines é uma injustiça para oito das nove ilhas da Região e coloca a nossa companhia, que deveria ser uma peça essencial neste desenvolvimento turístico regional, como o carrasco do turismo regional”.