Covid-19: Escolas da ilha de São Miguel mantêm-se em ensino à distância
2021-04-08 16:48:43 | Lusa
As escolas da ilha de São Miguel vão manter-se em ensino à distância e as creches e ateliês de tempos livres vão continuar encerrados na próxima semana, devido à pandemia de covid-19, adiantou hoje o Governo Regional dos Açores.
“Excecionalmente mantém-se o ensino à distância para todos os estabelecimentos de São Miguel. Esta medida não decorre diretamente dos níveis de risco associados a cada concelho, porque temos apenas dois concelhos em alto risco, mas considerando um conjunto de circunstâncias foi entendido como adequado à contenção da pandemia e à salvaguarda da saúde pública que fossem estendidas a toda a ilha de São Miguel as medidas de ensino à distância para todos os níveis de ensino”, afirmou o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses.
O governante falava, em Angra do Heroísmo, na conferência de imprensa de atualização das medidas de contenção da pandemia de covid-19, que vigoram a partir das 00:00 de sábado.
Segundo Clélio Meneses, esta medida resulta do facto de a pandemia estar neste momento “disseminada por toda a ilha” de São Miguel.
“São 33 freguesias com casos. São Miguel, se fizermos uma avaliação de risco por ilha, está no limiar do alto risco”, frisou.
O governante justificou ainda a adoção do ensino à distância com a “natureza da nova estirpe inglesa, pelo seu grau de transmissibilidade e pela forma como afeta as faixas etárias mais jovens”.
As escolas da ilha de São Miguel já tinham entrado em regime de ensino à distância na semana anterior ao período de férias de Páscoa, que termina na sexta-feira.
A ilha de São Miguel tem dois concelhos em alto risco de transmissão: Nordeste, com 506 casos por 100 mil habitantes, e Vila Franca do Campo, com 481 casos por 100 mil habitantes.
Ponta Delgada baixou de médio alto para médio risco, esta semana, com 60 casos por 100 mil habitantes.
Pelo número de novos casos registados nos últimos sete dias, por 100 mil habitantes, Ribeira Grande (25) e Lagoa (28) estariam em baixo risco e Povoação (16) em muito baixo risco, mas tendo em conta que um terço dos concelhos da ilha está em alto risco, o executivo elevou-os para médio risco.
O nível de alto risco implica, entre outras medidas, recolher obrigatório das 20:00 às 05:00 nos dias úteis e das 15:00 às 05:00 aos fins de semana, ensino à distância em todos os estabelecimentos de ensino, teletrabalho sempre que possível e horários específicos para o comércio. As lojas fecham às 20:00 nos dias úteis e às 15:00 ao fim de semana, mas os restaurantes e similares têm de fechar sempre às 15:00, podendo funcionar em ‘take-away’ e entrega ao domicílio até às 22:00.
No médio risco, a restauração fecha às 20:00, com exceção dos serviços ao domicílio e ‘take-away’, e é proibida a venda de bebidas alcoólicas em qualquer espaço após essa hora.
Os ajuntamentos na via pública estão limitados a seis pessoas, exceto no caso de ser o mesmo agregado familiar, não há visitas nos lares e não é permitido público em eventos culturais e desportivos.
A avaliação dos níveis de risco nos Açores tem por base um modelo alemão, de semáforos, e é calculado em função do número de novos casos por 100 mil habitantes num período de sete dias.
Existem cinco níveis de risco: muito baixo (menos de 25 casos por 100 mil habitantes), baixo (entre 25 e 49 casos por 100 mil habitantes), médio (entre 50 a 74 casos por 100 mil habitantes), médio alto (entre 75 e 99 casos por 100 mil habitantes) e alto (mais de 100 casos por 100 mil habitantes).
Os Açores têm atualmente 186 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus que provoca a doença covid-19, dos quais 185 em São Miguel e um em Santa Maria.
Desde o início da pandemia foram diagnosticados na região 4.324 casos, tendo ocorrido 4.000 recuperações e 30 óbitos. Saíram do arquipélago sem terem sido dadas como curadas 67 pessoas e 41 apresentaram comprovativo de cura anterior.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.890.054 mortos no mundo, resultantes de mais de 133 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.899 pessoas dos 825.633 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.