PRR: Câmara de Comércio de Angra quer agendas mobilizadoras revertidas "na íntegra"
2021-10-27 14:45:09 | LUSA
A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH) defendeu hoje que o processo das Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nos Açores deve ser “revertido na íntegra”, incluindo nas vertentes inicialmente previstas.
“Face à importância do vetor inovação, considera a assembleia da CCAH que o processo deve ser revertido na íntegra, incluindo as vertentes inicialmente disponíveis, mas não restringindo apenas a estas. Seria incompreensível e injusto que as empresas que se candidataram, bem como as que não tiveram oportunidade de o fazer, ficassem impedidas de recorrer a esta medida de apoio financeiro ao investimento, por razões que lhes são totalmente alheias”, avançou a associação empresarial.
Em comunicado, os empresários sublinharam que os principais objetivos do PRR dos Açores “devem ser assegurados e devidamente ajustados ao tecido empresarial açoriano”, referindo-se ao apoio à liquidez imediata das empresas, ao apoio à modernização da atividade ou à alteração da estrutura produtiva.
A posição foi manifestada pelos associados da CCAH, que representa empresários das ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa, numa assembleia geral extraordinária, realizada na terça-feira, a pedido da direção, com “uma afluência e participação muito acima do normal”.
Na sequência de críticas de partidos políticos e empresários, o Governo Regional dos Açores pediu, na semana passada, aos líderes dos consórcios das agendas mobilizadores do PRR nos Açores que retirassem as candidaturas a estes fundos, para que o processo pudesse ser reiniciado.
O presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro disse ter a garantia do Governo da República de que a região não perderia um cêntimo dos 117 milhões de euros destinados às Agendas Mobilizadoras.
Os empresários da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo salientaram que “todo o processo referente às agendas mobilizadoras foi conduzido de forma inadequada, com falta de informação, não permitindo igualdade de oportunidades a todos os empresários da região”.
“A crucial importância do PRR para a Região Autónoma dos Açores deveria ter merecido, por parte de todas as entidades diretamente envolvidas no processo, um tratamento à altura de um instrumento tão estruturante para a nossa economia regional”, apontaram.
Para a associação, é obrigação do Governo Regional “divulgar convenientemente e atempadamente toda a informação disponível sobre o assunto, de forma a que as câmaras de comércio, como parceiro social privilegiado, possam alertar os seus associados para a necessidade de se envolverem ativamente na produção de ideias e na constituição de consórcios integrados nas agendas mobilizadoras, que sirvam o melhor desenvolvimento da economia regional”.
Os empresários apelaram a que, no futuro, exista “uma maior união entre todos os intervenientes, envolvendo em igualdade de circunstâncias todas as empresas regionais, independentemente da sua dimensão e localização” e pediram “a máxima urgência” no processo de acesso aos fundos do PRR.