Sindicato preocupado com eventual retirada de companhias aéreas dos Açores
2016-07-20 09:08:55 | Lusa
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) manifestou-se preocupado com o possível abandono dos Açores pelas companhias aéreas de baixo custo e com uma eventual privatização da SATA Internacional.
“O que nós queremos pedir aos representantes do povo açoriano e ao Governo Regional é que tomem decisões e adotem medidas para acautelar o possível abandono de qualquer companhia aérea de baixo custo das rotas açorianas”, declarou à agência Lusa o porta-voz do sindicato, Bruno Fialho.
Desde a liberalização parcial do mercado entre o continente e os Açores, a 29 de março de 2015, operam para a região as companhias aéreas de baixo custo Ryanair e Easyjet, a par da SATA e TAP.
O dirigente do SNPVAC, que reuniu ontem, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, com as estruturas regionais dos Açores do Bloco de Esquerda e do PCP, disse que uma eventual retirada das operadoras do mercado "preocupa o sindicato", porque “quanto maior for o fluxo de passageiros para o arquipélago melhor será para que uma companhia seja bem gerida (SATA)".
A Ryanair informou a 15 de julho que não irá operar a rota entre Ponta Delgada e Londres-Stansted, este inverno, “devido a razões comerciais”, mas que vai repor a rota no próximo verão.
O sindicalista defendeu a “imposição de uma gestão profissional para que uma possível privatização da SATA só se dê com uma companhia em bom estado de saúde, não a dando de forma grátis a um amigo, por exemplo”.
Considerando que a SATA Internacional e SATA Air Açores "não estão a aproveitar o fluxo de passageiros da melhor forma”, o dirigente sindical disse que tem indicações de um “possível abandono” da Easyjet “caso não se preencham as quotas que atualmente detém” no mercado.
José Lopes, da Easyjet, em declarações â Lusa, afirmou que "não corresponde à verdade" uma retirada do mercado açoriano, acrescentando que a operação "está a correr bastante bem", sendo as taxas de ocupação "bastantes elevadas".
"Desconfiamos do objetivo, uma vez que a pessoa do sindicato que as proferiu é funcionário da SATA e possivelmente pretendia provocar algum tipo de dano a um concorrente, que é a Easyjet, para tentar beneficiar o seu empregador", disse.
Questionado sobre os indicadores que apontam para uma privatização da SATA Internacional, o dirigente sindical afirmou que “são os piores e utilizados no mundo empresarial quando se pretende destruir uma empresa, descapitalizando-a", que "é o que está a acontecer com a companhia”.
“Coloca-se a companhia de uma forma apetecível para que um privado possa pagar pouco por um ativo enorme, como é o caso da SATA Internacional, que tem as suas rotas e os seus trabalhadores bem cotados no mercado internacional”, frisou Bruno Fialho.
O dirigente referiu que a possível privatização da SATA Internacional "advém das medidas que foram tomadas desde 2011 e que têm prejudicado reiteradamente esta companhia".