Covid-19: Vacinação de crianças entre 5 e 11 anos arranca nos Açores em janeiro
2021-12-21 10:38:14 | LUSA

Os Açores vão iniciar a vacinação contra a covid-19 de crianças entre os 5 e os 11 anos em janeiro, anunciou o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses.

“No início de janeiro, vai passar a estar disponível, para aqueles que os pais entenderem e que os médicos entendam, a vacinação das crianças, conforme dissemos, após termos um avanço significativo na vacinação dos mais vulneráveis”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, citado numa nota de imprensa.

Questionado em 10 de dezembro sobre a vacinação de crianças contra a covid-19, o secretário regional da Saúde disse que a prioridade do executivo açoriano era o processo de administração da dose de reforço à população mais vulnerável e que só depois de concluído seria tomada uma decisão.

“Concluído este processo, vamos reavaliar a situação, vamos perceber todo aquele que é o fundamento científico relativamente a esta matéria e vamos decidir. Não vale a pena decidirmos agora uma coisa que só seria praticável no início do ano”, adiantou, na altura.

“Enquanto não tivermos essa população [pessoas com mais de 65 anos] completamente vacinada, não passamos a outros níveis etários. É uma questão de responsabilidade e é uma questão de assumir aquilo que é prático. Não podemos estar aqui a dizer que vamos vacinar crianças, quando ainda não vacinámos os mais velhos”, acrescentou.

No continente português, a vacinação de crianças com menos de 12 anos arrancou no passado fim de semana, tendo sido inoculadas mais de 95 mil crianças entre os 9 e os 11 anos, segundo a Direção-Geral da Saúde.

Clélio Meneses disse hoje também que o processo de vacinação contra a covid-19 nos Açores “vai entrar num ritmo mais intenso a partir do mês de janeiro”.

“Em São Miguel volta a estar operacionalizado o processo no Pavilhão das Portas do Mar, de forma a que a dose de reforço seja aplicada ao maior número de pessoas possível. Neste momento, já nos estamos a aproximar das 30 mil pessoas com dose de reforço aplicada nos Açores”, adiantou.

Para além de profissionais de saúde, funcionários de lares de idosos e bombeiros e das pessoas com mais de 18 anos que receberam a vacina da Janssen, a dose de reforço contra a covid-19 está disponível para pessoas com mais de 50 anos.

“Qualquer açoriano com 50 anos ou mais que não tenha sido ainda chamado para dose de reforço pode dirigir-se à respetiva unidade de saúde para, havendo oportunidade no momento, ser inoculada a vacina ou então agendar para ser inoculada a vacina”, acrescentou Clélio Meneses.

O secretário regional da Saúde voltou a apelar à vacinação, alegando que a maioria das pessoas que desenvolveram doença grave nos Açores não estavam vacinadas.

“É com a vacinação de pessoas que nos protegemos. Os casos de cuidados intensivos e óbitos são de pessoas não vacinadas. As situações dos internados são maioritariamente de não vacinados ou então que têm um conjunto de comorbilidades associadas intensas”, frisou.

O secretário regional da Saúde dos Açores adiantou que houve um aumento de casos de infeção por SARS-CoV-2 com a variante Ómicron na região, sem quantificar, admitindo avançar, esta semana, com novas medidas restritivas.

“Vamos tendo notícia de que há um aumento progressivo de casos da nova variante nos Açores, tal como de resto acontece no mundo, na Europa e a nível nacional”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, citado numa nota de imprensa.

Na passada sexta-feira, os Açores tinham detetado três casos de infeção de SARS-CoV-2 com a variante Ómicron, aguardando ainda por confirmação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

O secretário regional da Saúde não revelou quantos casos foram identificados desde então, mas admitiu que houve um aumento.

“Não tenho o número correto, porque estão sempre a surgir análises, mas a perceção que temos é que está a entrar de uma forma intensa esta nova variante, que por aquilo que dizem os especialistas é mais transmissível e menos intensa em termos de carga viral, nos sintomas e no impacto que a doença tem”, avançou.

Clélio Meneses disse que este aumento “era previsível” numa região “aberta ao exterior”, mas sublinhou que as autoridades de saúde estão a acompanhar a evolução da situação.

“Estamos a acompanhar a situação de uma forma muito atenta. Neste momento, para além da obrigatoriedade de uso de máscaras em espaços interiores, de obrigatoriedade de teste e vacina para eventos culturais, sociais ou desportivos, também estamos a incrementar os rastreios”, apontou.

O secretário regional da Saúde admitiu, no entanto, a possibilidade de o executivo adotar novas medidas de controlo da pandemia de covid-19.

“O Conselho de Governo vai reunir nos próximos dias para, se for necessário, tomar mais alguma medida, que imponha mais algum controle”, revelou.

Segundo o titular da pasta da Saúde, “está a ser preparada uma operação de testagem massiva, através de teste de saliva, a todos os estudantes de Terceira e São Miguel” - as duas únicas ilhas em que foram detetados casos da nova variante - “no início do ano letivo”.

O executivo açoriano vai também disponibilizar testes rápidos de antigénio nos aeroportos da região.

“Disponibilizamos a todos aqueles que voluntariamente queiram fazer um teste de antigénio nos aeroportos, sendo as portas de entrada, essa possibilidade”, revelou.

Clélio Meneses acrescentou que o Governo Regional está “a ultimar o processo burocrático e administrativo de convenções com os laboratórios e com outras entidades clínicas que possam fazer testes rápidos de antigénio”.

A região comparticipa um teste rápido por semana em farmácias, mas atualmente existem apenas 14 estabelecimentos aderentes, em quatro ilhas (São Miguel, Terceira, Pico e Santa Maria).

Notícias Relacionadas Horizonte