PS/Terceira critica redução de 40% nas verbas previstas para a ilha em 2023
2022-11-09 14:07:58 | Lusa

O PS/Terceira acusou hoje o Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) de reduzir em 40% o investimento público previsto para a ilha em 2023, alegando que o corte é superior ao verificado noutras ilhas.

“Este Governo propõe a maior redução e o maior corte no investimento público na Terceira de sempre, regredindo em 10 anos o nível de investimento público na Terceira. Ainda mais grave é que a redução do investimento público na Terceira é maior e mais acentuada do que se verifica no conjunto das outras ilhas”, afirmou a dirigente socialista Marília Vargas, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Segundo os socialistas, em comparação com o valor orçamentado para 2022, as propostas de Plano e Orçamento da Região para 2023 apresentam uma redução de 83,3 milhões de euros (40%) no investimento público previsto para a ilha Terceira.

“Com esta proposta, claramente negativa para os interesses da ilha, o investimento público na Terceira será o mais baixo dos últimos 10 anos”, salientou Marília Vargas.

A dirigente socialista alertou para a “perda de importância” da Terceira, segunda ilha mais populosa do arquipélago, “na distribuição do investimento da região”, alegando que a ilha baixa de uma afetação de 21% do investimento regional para 16%.

“A proposta do Governo representa uma acentuada desvalorização da Terceira no contexto da região e comprova ainda a perceção de que a Terceira está a ficar para trás, abandonada e esquecida por PSD, CDS e PPM”, frisou.

A ampliação do porto e criação de uma plataforma logística na Praia da Vitória, a criação de um cais de cruzeiros, a ampliação da placa do aeroporto, o investimento na descontaminação de solos e aquíferos e a construção dos centros interpretativos do Algar do Carvão, da Base das Lajes e do Castelo de São João Baptista são alguns dos investimentos que os socialistas reclamam.

Marília Vargas disse que no final de três anos de mandato o executivo “não concretizará um único novo investimento estratégico” na Terceira, limitando-se a “dar continuidade” aos investimentos iniciados ou planeados pelo PS.

“O plano de investimentos da região para 2023 é o pior plano de investimentos para a ilha Terceira deste século, significando um corte brutal no investimento, uma redução muito significativa do peso da ilha Terceira na distribuição do investimento público regional e essencialmente evidencia que o Governo do PSD e do CDS não cumpriu nenhum dos compromissos e das promessas que fez aos terceirenses”, acusou.

Segundo a dirigente socialista, há mesmo investimentos já iniciados que podem estar comprometidos, como a ampliação e requalificação do Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo.

“A obra está a decorrer, mas não está contemplada no plano de investimentos verba para a continuação do projeto e há o risco de a obra ficar parada”, alertou.

Os partidos da coligação têm alegado que o orçamento para 2023 é realista, porque o PS, que governou a região durante 24 anos, até 2020, apresentava orçamentos mais elevados, mas baixas taxas de execução.

Marília Vargas refutou o argumento, vincando que até setembro a taxa de execução do plano de investimentos de 2022 foi de 47%, “a mais baixa dos últimos cinco anos”.

“Caem por terra as frágeis tentativas de justificar os cortes de investimentos para a ilha Terceira com o argumento de que se corta no investimento, mas executa-se mais”, referiu.

As propostas de Plano e Orçamento dos Açores para 2023 são discutidas e votadas em plenário a partir de 21 de novembro.

PSD, CDS-PP e PPM, que formam Governo, têm juntos 26 deputados, necessitando de acordos parlamentares com IL, Chega e deputado independente (ex-Chega) para alcançarem maioria, num parlamento composto por 57 deputados, onde estão representados também PS, BE e PAN.


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