Chega reitera necessidade de moção de confiança para clarificar situação nos Açores
2023-03-22 11:16:33 | Lusa

O Chega voltou a desafiar o governo dos Açores a apresentar uma moção de confiança, considerando que cabe ao parlamento regional clarificar se o executivo PSD/CDS-PP/PPM “tem ou não condições para continuar” em funções.

“O cenário de instabilidade que se agudiza apenas se resolverá com a apresentação de uma moção de confiança pelo executivo de José Manuel Bolieiro ao parlamento regional dos Açores sobre, precisamente, a matéria recente de instabilidade que se vive na região”, afirmou o presidente do Chega.

André Ventura falava aos jornalistas na sede nacional do Chega, em Lisboa, acompanhado pelo deputado regional e líder do partido nos Açores, José Pacheco.

O líder do Chega defendeu que “é ao parlamento regional açoriano que cabe a resposta sobre se este governo tem ou não condições para continuar” e afirmou que só desta forma é possível “garantir que há o apoio necessário para o último ano e meio de governação”.

“Não podemos continuar a viver como se a instabilidade não existisse e o governo não pode continuar a fingir que tem apoios parlamentares que na verdade não tem”, salientou.

André Ventura indicou que o Chega “continuará a ser um referencial de estabilidade” nos Açores, mas alertou que “não a qualquer preço”.

Apontando que os açorianos não pretendem eleições antecipadas, Ventura voltou a acusar a Iniciativa Liberal de irresponsabilidade por ter rompido com o acordo de incidência parlamentar com o governo dos Açores.

Ventura afirmou que “à irresponsabilidade absoluta da IL junta-se agora a irresponsabilidade tremenda do PSD”, que “parece querer agora livrar-se também dos seus parceiros de governação, o CDS e o PPM”.

No mesmo sentido, o líder do Chega/Açores defendeu não ser possível “continuar neste ambiente de instabilidade, de ameaça ou de chantagem” e que é preciso “uma clarificação”.

“Nós não podemos é continuar a brincar com a vida dos açorianos por politiquices ou por ter feito um casamento à presa, que foi o que aconteceu, e que nós no Chega sabíamos que não teria grande resultado”, salientou, referindo-se ao executivo como “um saco de gatos em que ninguém se entende”.

Em novembro, a Direção Nacional do Chega deu indicação ao Chega Açores para retirar o apoio ao Governo regional, mas essa indicação não foi seguida. Esta terça-feira, o deputado regional recusou irresponsabilidade por parte do seu partido.

No início deste mês, a Iniciativa Liberal e o deputado independente (que foi eleito pelo Chega) romperam o acordo de incidência parlamentar com o Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), que perdeu a maioria absoluta na Assembleia Legislativa.

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