Governo dos Açores defende recuperação da vocação atlântica do país
2024-05-28 09:33:29 | Lusa

O vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, considerou o Centro do Atlântico uma boa iniciativa para “recuperar a vocação atlântica” do país e sensibilizar a Europa para a dimensão marítima de Portugal.

Artur Lima, que intervinha no IV Curso de Segurança Marítima do Centro do Atlântico, na Base das Lajes, na ilha Terceira, subordinado ao tema da "Pesca ilegal, não declarada e não regulamentada no Atlântico", considerou que Portugal tem de recuperar a sua “vocação atlântica” e sensibilizar a Europa para a sua “dimensão marítima”.

“Enquanto país temos o dever de recuperar a nossa vocação atlântica, sensibilizando a Europa para a nossa dimensão marítima e não só para a dimensão continental”, declarou o governante, citado em nota de imprensa.

De acordo com o vice-presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM), dada a “continentalização europeia e o alargamento a leste”, Portugal tem “perdido a sua vocação atlântica”, daí que seja tempo de o país e a Europa “agarrarem a oportunidade que o Atlântico representa” e “ultrapassarem este efeito perverso da integração europeia”.

Artur Lima defendeu que “fazê-lo implica, em primeiro lugar, definir uma visão estratégica para este espaço geográfico que liga as Américas à Europa”, ocupar o Atlântico “com mais inteligência, sabedoria e ambição para aproveitar as potencialidades e os recursos que este oceano tem e para preservá-lo como espaço de cooperação e segurança”.

De acordo com o governante, “qualquer estratégia para o Atlântico só faz sentido com uma valorização específica e refletida do arquipélago dos Açores”.

Artur Lima sublinhou ainda que é com os Açores que Portugal “consegue ter uma das maiores Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) do mundo” ou que o país e a Europa conseguem “dispor de um dispositivo de controlo e segurança marítima no espaço euro-atlântico”.

Segundo o governante, sendo o Centro do Atlântico uma “boa iniciativa” para “revalorizar o Atlântico”, este é um “ponto de partida” para o “trabalho de repensar a projeção de Portugal enquanto país desta região geopolítica mundial”.

O IV Curso de Segurança Marítima do Centro do Atlântico decorre até 31 de maio e conta com a participação de especialistas e auditores de países e organizações ligadas à segurança marítima e à regulação e controle das pescas, de toda a bacia atlântica.

Com uma adesão superior às edições anteriores, participam este ano 42 auditores e 21 oradores.

Notícias Relacionadas Horizonte