Governo dos Açores remete para os municípios solução de incineradora
2016-11-24 08:41:59 | Lusa
O presidente do Governo Regional dos Açores afirmou que a responsabilidade de uma solução para tratar os resíduos de São Miguel cabe aos municípios e alertou ser já o segundo concurso para a construção de uma incineradora na ilha.
“O que é preciso é que haja decisões por quem tem responsabilidade de as tomar e, neste caso, a responsabilidade é dos municípios”, sustentou Vasco Cordeiro, em Ponta Delgada.
Na terça-feira, o presidente do conselho de administração da Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM) disse que incineradora de resíduos só será construída se a Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA) avançar com a central hídrica reversível.
Ricardo Rodrigues, que falava após uma reunião da Assembleia Intermunicipal da AMISM, na Ribeira Grande, explicou que foram avaliados todos os prós e contras e a decisão que se tomou, por unanimidade, foi a de que o projeto terá viabilidade se houver uma central hídrica reversível.
O autarca adiantou que vai agora reunir com a EDA e com o Governo dos Açores, que detém a maioria do seu capital social, para apurar se a central hídrica reversível vai ou não avançar, e acrescentou que a incineradora de resíduos “só será viável” se for vendida energia à EDA no âmbito do tratamento dos resíduos, uma vez que não existe atualmente a possibilidade de colocar mais energia na rede pública nas atuais condições.
Questionado sobre esta decisão, o presidente do Governo dos Açores disse que "é preciso ter consciência que se trata já do segundo concurso para a construção de uma incineradora".
“E devo confessar a minha estranheza por este assunto e esta questão surgir agora”, sublinhou Vasco Cordeiro, após uma audiência com o Comandante da Zona Militar dos Açores, José António de Figueiredo Feliciano.
O chefe do executivo açoriano salientou que "há uma questão de gestão de resíduos que é uma competência dos municípios e sobre esta competência eles têm que decidir".
"O Governo Regional não tem nada mais a acrescentar sobre esta matéria do que aquilo que foi o enquadramento também em anteriores governos relativamente a este assunto", acrescentou Vasco Cordeiro.