A Associação Botânica dos Açores, recentemente fundada, quer contribuir para aumentar a literacia botânica no arquipélago e irá propor que os alunos selecionem a planta endémica que melhor representa cada uma das nove ilhas.

“Queremos contribuir, essencialmente, para aumentar a chamada literacia botânica ao nível das nossas comunidades nos Açores, para que as pessoas conheçam melhor a flora do meio onde vivem”, afirmou à agência Lusa o presidente da associação, Luís Silva.

Os estatutos da Associação Botânica dos Açores, entidade com cerca de 30 sócios, foram aprovados em agosto passado, tendo a primeira reunião e a eleição dos órgãos sociais ocorrido este mês.

Esta associação sem fins lucrativos tem por objetivo o estudo e a divulgação da flora dos Açores, procurando divulgar esta temática junto do público e fazer a ponte entre a investigação científica e as atividades amadoras de cariz educacional e recreativo.

Luís Silva adiantou que “seria muito interessante” implementar, no primeiro ano de atividade e em colaboração com a Secretaria Regional da Educação e Cultura, uma atividade em que os alunos de cada uma das escolas da região pudessem escolher a planta endémica que melhor representa as nove ilhas dos Açores, uma ideia que a associação vai propor à tutela.

Paralelamente, a associação gostaria de dinamizar a sede, localizada no Jardim António Borges, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, de modo a receber visitantes e “contribuir, com a sua ação, para dinamizar e valorizar este espaço verde da cidade”.

“A Câmara de Ponta Delgada cedeu-nos a Cisterna no Jardim António Borges a 11 de novembro. Estamos ainda em fase de instalação”, referiu o responsável, acrescentando que no futuro gostaria de ter a sede aberta em permanência, para poder receber pessoas com interesse pela botânica.

Luís Silva destacou que nos Açores há muita investigação na área da botânica, mas não existia um fórum onde as pessoas interessadas nesta temática pudessem interagir, como já ocorre, por exemplo, no continente com a Sociedade Portuguesa de Botânica.

Segundo o responsável nos Açores, a flora e a vegetação são “muito importantes” em termos paisagísticos, culturais e económicos, sendo que “praticamente toda a atividade nas ilhas está ligada à flora, à vegetação, à floresta, às pastagens e aos jardins botânicos, que são muito visitados por turistas”.

No arquipélago, a floresta ocupa 30% da área das nove ilhas.

Em várias delas existem jardins públicos e privados de “grande interesse pelas suas coleções botânicas” e cujos primórdios remontam ao século XIX.