Funcionárias públicas detidas nos Açores ficam inibidas de funções
2016-12-20 14:43:00 | Lusa

As duas funcionárias da administração pública regional açoriana detidas por suspeita de peculato, pelo alegado desvio de “pelo menos” cerca de 400 mil euros, ficaram inibidas de funções e proibidas de se ausentarem de São Miguel, foi hoje anunciado.

As duas funcionárias da seção administrativa e financeira do Fundo Regional de Apoio à Coesão e ao Desenvolvimento Económico de Ponta Delgada, um organismo público sob tutela da Secretaria Regional dos Transportes e Obras Públicas, foram detidas na segunda-feira para interrogatório, na sequência de uma auditoria interna por suspeita de peculato.

Um comunicado da Polícia Judiciária (PJ) – divulgado após um primeiro comunicado do Fundo Regional sobre as detenções - adianta que as detidas "foram presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhes sido aplicada as medidas coativas de inibição de funções e proibição de se ausentarem da ilha de São Miguel".

Segundo o Departamento de Investigação Criminal de Ponta Delgada da PJ, “as duas mulheres, funcionárias de um organismo público regional dos Açores”, de 55 e 56 anos, são suspeitas da “prática continuada, durante os últimos sete anos, do crime de peculato”.

“As detidas, aproveitando-se das suas funções profissionais e através de indevidas operações de tesouraria, com recurso a erróneas transferências bancárias, de forma articulada entre si, descaminharam de forma sucessiva e em seu proveito pelo menos um valor que andará próximo dos 400 mil euros”, acrescenta a PJ.

A PJ adianta ainda que as detenções ocorreram no âmbito de uma investigação titulada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Ponta Delgada e que resultou na realização de buscas domiciliárias no concelho de Ponta Delgada, onde “foi possível detetar e apreender elementos com interesse probatório”.

Num comunicado divulgado de manhã, o Fundo Regional revelou que, “na sequência da participação apresentada e das diligências das autoridades judiciais, e face ao indício de peculato, duas funcionárias da secção administrativa e financeira foram na segunda-feira detidas para interrogatório e demais averiguações que venham a ser consideradas necessárias pelas autoridades competentes”.

Segundo a nota, foi mandada instaurar este ano uma auditoria interna pelo conselho diretivo do Fundo a vários processos administrativos, contabilísticos e financeiros, tendo sido “detetadas irregularidades que podem configurar a prática de ilícitos criminais”.

No comunicado é referido ainda que, face ao resultado da auditoria e às suspeitas, foi apresentada queixa junto da Polícia Judiciária.

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