Empresários açorianos defendem participação privada na companhia aérea SATA
2017-08-17 10:02:44 | Lusa
A Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) manifestou preocupação com a “degradação acentuada” da companhia aérea açoriana SATA, defendendo um novo modelo de gestão da empresa com participação privada.
“A CCIA considera que se tornou ainda mais premente uma nova solução, que terá de passar por um novo modelo de empresa que sirva devidamente os Açores e que comporte uma participação privada, devendo para o efeito ser criado um ‘grupo de missão’ consensual”, salienta a associação empresarial, num comunicado ontem emitido na sequência de uma reunião realizada na segunda-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Desde junho, vários incidentes, mas também problemas técnicos têm condicionado a operação da transportadora SATA, detida pela Região Autónoma dos Açores, o que tem motivado críticas de passageiros e de várias entidades.
Os empresários dizem encarar com “muita preocupação” a “degradação acentuada” da Azores Airlines, responsável pelas ligações para o exterior dos Açores, do grupo SATA, considerando que tem provocado um “impacto negativo na imagem da empresa e da região, devido fundamentalmente a sucessivos problemas de caráter operacional”.
Por outro lado, alegam que “a greve anunciada para os próximos dias só irá contribuir para acentuar a trajetória descendente da empresa, tornando ainda mais débil a sua situação financeira”.
Também a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada já tinha manifestado preocupação com o “registo frequente de atrasos significativos e cancelamentos de voos” da SATA, alertando para a necessidade de se manter a “sustentabilidade financeira” da empresa.
No comunicado divulgado, a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores defende ainda “a alteração dos sistemas de incentivos ao investimento” nas áreas de reconversão do edificado e turismo, tendo em conta a regeneração urbana provocada pela procura turística, no sentido de “imprimir padrões de qualidade consentâneos com a estratégia global”.
A associação empresarial lamenta, por outro lado, que as entidades públicas não tenham acolhido as propostas dos empresários para consolidar o turismo, defendendo que “o crescimento que o setor tem vindo a conhecer nunca pode ser considerado como um dado adquirido”.
“A falta de investimento na formação de recursos humanos, na sinalética, na requalificação de infraestruturas de apoio como miradouros, áreas balneares e outras áreas essenciais para o acolhimento de turistas são alguns exemplos com efeitos negativos já bem evidentes”, frisa.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil emitiu um pré-aviso de greve para os dias 23, 24, 25 e 26 de agosto, dos tripulantes de cabine da Azores Airlines e da SATA Air Açores. Esta última assegura as ligações aéreas entre as nove ilhas dos Açores.