PPM desafia Governo dos Açores a realizar auditoria à transportadora SATA
2017-09-05 11:15:18 | Lusa
O deputado do PPM no parlamento dos Açores, Paulo Estêvão, questionou hoje o Governo Regional se mantém a confiança na administração da transportadora aérea SATA e desafiou o executivo a realizar uma auditoria à companhia.
“Do que é que está à espera o Governo Regional para mandar realizar uma auditoria global à empresa, de forma a perceber quem foram os responsáveis pela desastrosa planificação e execução da operação deste verão na SATA?”, perguntou Paulo Estêvão.
O deputado único do PPM falava no decorrer da interpelação ao executivo açoriano, liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, sobre o “caos” na SATA, no plenário de setembro da Assembleia Legislativa Regional, que hoje começou na Horta, ilha do Faial.
Paulo Estêvão começou por dizer que “a operação de verão da SATA constituiu um desastre de enormes dimensões”, com “inumeráveis atrasos, um número muitíssimo elevado de cancelamentos, insuficiência da resposta operacional da empresa perante as necessidades conjugadas dos fluxos turísticos e da natural necessidade de mobilidade dos açorianos”.
“Não é possível olhar para o que aconteceu e não concluir que o planeamento da operação da SATA foi muito incompetente. Um autêntico desastre. Não existem desculpas para esta situação. Existem responsabilidades e existem responsáveis”, afirmou o parlamentar, considerando que a empresa, detida pela Região Autónoma dos Açores, “enfrentou este verão uma situação de grande fragilidade devido a um conjunto de decisões prévias, dos sucessivos governos socialistas, que se revelaram desastrosas”.
A este propósito referiu que “o Governo Regional obrigou a empresa a manter, entre 2009 e 2014, um conjunto de rotas altamente deficitárias”, adiantando que “deixou de pagar as indemnizações compensatórias à SATA”, o que obrigou esta a endividar-se a “uma escala insuportável (…), entrando mesmo em falência técnica”, para acrescentar que o executivo “delapidou e destruiu o equilíbrio financeiro da empresa”.
Por outro lado, Paulo Estêvão apontou “a incompetência gritante dos últimos conselhos de administração da SATA nomeados pelo Governo socialista”, assinalando que “o problema central da SATA” é “o elevado grau de intrusão do Governo Regional e do partido governamental na sua gestão”.
Na interpelação, Paulo Estêvão questionou se o executivo regional “admite a privatização parcial da SATA”, notando que o programa do governo “não é totalmente explícito nesta questão”, mas frisando que, para o PPM, o grupo empresarial deve manter-se 100% na posse da região.
Paulo Estêvão quer ainda saber se o Governo Regional se compromete “a manter a integridade do grupo SATA”.
Considerando que as greves realizadas pelos tripulantes de cabine da SATA “adquiriram uma natureza predatória e chantagista”, o PPM pergunta, igualmente, se o Governo Regional “tem algum tipo de plano” para “diminuir a exposição da empresa a greves deste tipo”.
Além de perguntar se o Governo Regional mantém a confiança no conselho de administração da SATA, presidido por Paulo Meneses, o deputado pretende saber se lhe atribui “algum tipo de responsabilidade no âmbito do cenário caótico que a empresa está a enfrentar”.