Partidos da oposição nos Açores instam a "quem de direto" a acabar com greve de fome de deputado
2018-02-28 15:56:39 | Lusa
Todos os partidos da oposição com assento na Assembleia Legislativas dos Açores assinaram hoje um documento onde instam a "quem de direito" a agir na greve de fome do deputado do PPM Paulo Estevão.
O parlamentar encontra-se há 10 dias a cumprir uma greve de fome em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, depois de "esgotados todos os recursos legislativos e de discussão parlamentar" sobre o fornecimento de refeições escolares aos alunos e pessoal docente e não docente da escola do Corvo.
O Governo Regional dos Açores passou a contemplar, nos últimos meses, um pagamento às famílias afetadas pela ausência de cozinha e refeitório escolar na ilha menos habitada dos Açores, mas, para o parlamentar do PPM, tal não mais é que uma "desresponsabilização".
Na mais pequena ilha do arquipélago açoriano, o ano letivo arrancou na Escola Mouzinho da Silveira com 42 alunos, que integram turmas entre o primeiro ciclo e o ensino secundário.
Para os deputados e líderes do PSD (Duarte Freitas) e CDS-PP (Artur Lima) nos Açores, bem como para os parlamentares Zuraída Soares, coordenadora do BE, e João Corvelo, do PCP, ”não é possível ignorar que, ao fim de todo este tempo, impunha o mais elementar bom senso que o partido maioritário e/ou o Governo Regional tivessem contactado” com Paulo Estêvão.
Mesmo que não “para aceder à sua reivindicação, no mínimo, para encetar um diálogo cívico e institucional com ele”, de acordo com os deputados regionais, que consideram que a opção do deputado do PPM “não pode deixar de afetar, direta e indiretamente”, o parlamento açoriano e os deputados que o representam e, “sobretudo, as condições de saúde física e mental” de um colega.
Os parlamentares recordam que “os próprios pais e encarregados de educação do Corvo mostraram a sua preocupação e solidariedade para com o deputado Paulo Estevão”, impondo-se “em nome da convivência democrática, da pluralidade de opiniões e da mais elementar civilidade” que “quem de direito ponha cobro a uma situação que, a continuar no tempo, poderá ter consequências altamente gravosas e das quais ninguém sairá impune”