Política deve acompanhar a identidade no reforço de laços entre os Açores e Santa Catarina
2018-04-20 10:02:00 | Lusa
O presidente do Governo Regional dos Açores sublinhou na quinta-feira à noite querer que a política acompanhe a história e a identidade no reforço de laços entre o arquipélago e o estado brasileiro de Santa Catarina.
Numa visita ao Núcleo de Estudos Açorianos da Universidade Federal de Santa Catarina, Vasco Cordeiro reiterou a mensagem que trouxe ao Brasil, garantindo "querer manter esta ligação, estas raízes" entre os açorianos e os brasileiros de Santa Catarina.
"Esta visita para mim tem sido, utilizando uma expressão bíblica, uma autêntica Estrada de Damasco em relação à questão da diáspora açoriana, das comunidades açorianas, da imigração açoriana", vincou, numa referência à Bíblia.
Para Vasco Cordeiro, a viagem ao Brasil, que termina no domingo, "não é apenas uma viagem em que se sinaliza a afetividade".
"É importante que a política acompanhe e reforce aquilo que a história, a identidade e a cultura já estabeleceram há muito", acrescentou o chefe do Governo dos Açores, que garantiu novamente que irão ser procuradas "novas formas de fortalecer a ligação" entre a região autónoma portuguesa e Santa Catarina.
Aquela que é a primeira deslocação de Vasco Cordeiro ao Brasil enquanto presidente do executivo açoriano decorre na sequência da declaração de 2018 como "Ano dos Açores em Santa Catarina", onde, entre 1748 e 1754, desembarcaram os primeiros emigrantes da região autónoma.
A deslocação oficial inclui hoje e no sábado passagens pelas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, onde o chefe do executivo regional terá encontros com as comunidades naquelas cidades e presidirá ao lançamento do livro "Uma Página sobre Vitorino Nemésio", que vai decorrer na Casa dos Açores do Rio Janeiro.
A convite de Vasco Cordeiro, a comitiva que se encontra no Brasil integra ainda os presidentes das Câmaras Municipais de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Praia da Vitória - cidades geminadas com Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina -, bem como alguns deputados da comissão de Política Geral do parlamento açoriano.
O Brasil constituiu o destino da primeira vaga sistemática de emigração açoriana a partir do século XVIII, nomeadamente para o sul do país.
Após este período verificou-se um grande fluxo migratório, em finais do século XIX e no início e na primeira metade do século XX, para os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro