Trabalhadores da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão mantêm greve para maio nos Açores
2018-04-26 15:20:03 | Lusa
Os trabalhadores da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC) anunciaram hoje que vão manter a greve agendada para o início de maio, apesar de o Governo dos Açores já ter considerado haver "um enorme equívoco" na paralisação.
Num comunicado enviado às redações, o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos da região (SINTAP/Açores) "lamenta e condena veementemente a afirmação risível do vice-Presidente do Governo Regional de que a região não possui competência para a criação de uma mera carreira regional".
O sindicato sustenta que Sérgio Ávila "sabe perfeitamente que tal não é verdade, numa altura em que o Governo Regional se assume competente e se prepara para avançar com uma iniciativa legislativa visando criar normas especiais que afastem o regime geral da função pública que permitam internalizar cerca de uma centena e meia de trabalhadores privados da SAUDAÇOR e da SPRHI".
"Queremos e desejamos diálogo e defendemos a liberdade de expressão dos nossos direitos e reivindicações", frisa o sindicato na nota de imprensa, acrescentando que avançou com um pré-aviso de greve dos trabalhadores da RIAC para os dias 02,03 e 04 de maio, face à "ausência de qualquer resposta da tutela e à reinsistência do mesmo".
O SINTAP e os trabalhadores da RIAC afirmam que "aguardam pela abertura do processo negocial tendente à sua valorização profissional".
Recentemente, após uma audiência com o SINTAP, o Governo dos Açores considerou haver um "enorme equívoco" na anunciada greve dos trabalhadores da RIAC, sustentando que matérias de carreiras na administração pública são competência da República e não da região.
“Carreiras específicas da administração pública não são competência da região”, vincou na altura o vice-presidente do Governo dos Açores, afirmando que nunca houve um interromper de negociações, porque nunca houve negociações”.
Assim, os trabalhadores da RIAC dos Açores mantêm a greve já anunciada "para pressionar o Governo Regional a iniciar um processo negocial" de "valorização da carreira".
"Estamos perante trabalhadores a quem tem vindo a ser atribuído um conjunto apreciável, complexo e sempre crescente de tarefas e funções, acréscimo este que se tem traduzido numa maior exigência para com os trabalhadores, os quais, perante essa situação, têm-se visto obrigados a investir nas suas competências funcionais, formativas e profissionais", sustenta o sindicato.