Hospital da ilha Terceira volta a ter sistema de telemetria ao fim de dois anos e meio
2018-05-24 07:47:00 | Lusa
O Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, nos Açores, inaugurou ontem um novo sistema de telemetria, depois de ter estado cerca de dois anos e meio sem este equipamento.
“Era um equipamento que já estava a ser trabalhado com o hospital e com o serviço respetivo desde 2017. No início deste ano, a portaria saiu com a definição do apoio, após o próprio serviço ter determinado qual era o aparelho que era essencial”, adiantou, em declarações aos jornalistas, o secretário regional da Saúde, Rui Luís, na inauguração do novo sistema de telemetria.
Questionado sobre o atraso na aquisição do equipamento, o governante disse que o executivo disponibilizou uma verba de 60 mil euros no final de janeiro, mas o equipamento teve de vir dos Estados Unidos da América.
“Da nossa parte, desde o início do ano que tínhamos os procedimentos prontos, foi uma questão entre o fornecedor e o hospital”, adiantou.
Segundo Rui Luís, o novo aparelho permite monitorizar seis doentes em simultâneo e tem um sistema wi-fi.
“O doente pode-se deslocar no serviço e continuar a ser monitorizado, o que será fundamental para a vigilância que se impõe a este tipo de doentes”, apontou.
Por sua vez, o diretor do serviço de cardiologia do Hospital da Ilha Terceira, Virgílio Schneider, considerou que o sistema é um “passo fundamental” para trabalhar em cardiologia.
“Permite que o médico saiba nas 24 horas o que se passa. Se o doente não estiver monitorizado, nós não sabemos se existiu uma arritmia que pode pôr em causa a vida do doente, por exemplo, durante a noite, enquanto está a almoçar, eventualmente até na casa de banho. De outra maneira, podemos ser confrontados com situações em que o doente está descompensado e quando chegamos isso já passou”, salientou.
Ainda assim, o cardiologista defendeu que este sistema é apenas um “primeiro passo” e que é necessário avançar com abertura da “unidade de cuidados intensivos cardíacos coronários e da sala de intervenção para implantação de pacemakers”.
“Temos espaço, temos um hospital fantástico e com um espaço físico fabuloso e é preciso equipá-lo para bem dos nossos doentes”, apontou, frisando que os Açores têm “a mortalidade mais elevada por doença isquémica do coração” do país.
Segundo Rui Luís, a região tem procurado criar ‘know-how’ e reforçar os recursos humanos para que, no futuro, possam ser feitas nos Açores cirurgias que atualmente só estão disponíveis no continente, mas é preciso também trabalhar para mudar os hábitos de vida dos açorianos para contrariar os números desta patologia.
Quanto à unidade de cuidados intensivos, defendida por Virgílio Schneider, o secretário regional da Saúde disse que estão a ser “dados passos” para que ela possa existir no futuro, mas “complementar com outras especialidades, por exemplo, a neurologia e a parte vascular”.
Na discussão do Plano e Orçamento da Região para 2018, o PS, em maioria no Parlamento açoriano, fez chumbar uma proposta do CDS-PP que previa a aquisição de um equipamento de telemetria para o Hospital da Ilha Terceira, no valor de 50 mil euros.
A mesma proposta já tinha sido chumbada em março, aquando da discussão do Plano e Orçamento da Região para 2017.
Na altura, o secretário regional da Saúde disse que a aquisição do sistema de telemetria já fazia parte de uma ação do plano de investimentos da região destinada à aquisição de equipamentos para várias unidades de saúde.