Extensão da FACA à Terceira estimula interesse de antropólogos pelos Açores
2018-09-26 08:58:18 | Lusa
A extensão da Festa de Antropologia, Cinema e Arte (FACA) à ilha Terceira, que decorre pelo quarto ano consecutivo, é uma oportunidade para despertar o interesse de antropólogos pelos Açores, segundo o presidente do Cineclube da Ilha Terceira.
“O facto de existir uma extensão também proporciona o aparecimento de projetos que têm a ver com o conhecimento dos Açores. (...) Interessa-nos muito estimular esta vivência da realidade açoriana, numa perspetiva de estudo antropológico”, adiantou, em declarações à agência Lusa, Jorge Paulus Bruno.
Segundo o presidente do Cineclube da Ilha Terceira, na sequência da extensão do FACA, já começou a ser realizado um documentário de cariz antropológico nos Açores e o objetivo é que outros se sigam.
“Também é um dos objetivos que se pretende levar a cabo com esta extensão: despertar o público local não só para o conhecimento destes documentários, mas eventualmente, algum realizador, alguma pessoa da área da antropologia, que queira também envolver-se num projeto de realização, estar mais familiarizado com a área do cinema de cariz antropológico”, frisou.
O Cineclube da Ilha Terceira promove, pelo quarto ano consecutivo, uma extensão do FACA à cidade de Angra do Heroísmo, em colaboração com o Núcleo de Antropologia Visual e da Arte (NAVA) e com o Centro em Rede de Investigação em Antropologia.
Segundo Jorge Paulus Bruno, a adesão do público deve ficar-se pelas duas dezenas de pessoas, mas isso não desmotiva o cineclube.
“Não temos um público muito alargado. A verdade deve ser dita. Isto é uma extensão de um festival temático, que vai ao encontro de um nicho de público relativamente reduzido, mas não é por essa razão que o deixamos de fazer, porque entendemos que é importante e que a ação do cineclube não se pode medir pela quantidade de espetadores, mas sim pela qualidade desses mesmos”, salientou.
Na sexta-feira, a partir das 21:00 (mais uma hora em Lisboa), são exibidas duas curtas e uma média metragens portuguesas na sala de cinema da Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio dos Artistas, com entrada livre.
A sessão abre com “Fora de Campo”, de Ricardo Branco, que conta a história de três irmãs que recordam uma fotografia da sua infância.
Segue-se “127 fotogramas ou 34 cenas de Nelisita”, de Inês Ponte, uma curta-metragem feita a partir de fotografias a preto e branco e de um filme rodado em 16mm, sobre o sudoeste de Angola.
A extensão encerra com “Efeito e Redação”, de Catarina Simão, que conta a história do Mozambique Institute, a partir de arquivos.