BE Açores quer continuidade de intérpretes de língua gestual em São Miguel
2019-03-08 08:56:00 | Lusa

O Bloco de Esquerda (BE) nos Açores vai levar ao parlamento regional, na próxima semana, uma proposta, com pedido de urgência, para "garantir a continuidade de intérpretes de língua gestual" na ilha de São Miguel.

"Por incompetência do Governo Regional, os alunos surdos da ilha de São Miguel estão em risco de ficar sem intérpretes de Língua Gestual Portuguesa na escola", denuncia um comunicado enviado às redações pelos bloquistas, liderados no arquipélago por António Lima.

De acordo com o partido, "o atual contrato de trabalho termina no próximo dia 15 de março, e o Governo Regional propõe a estas profissionais que voltem aos recibos verdes, reduzindo substancialmente o seu vencimento e perdendo direitos, como a possibilidade de acesso ao subsídio de desemprego, caso deixem de trabalhar na escola".

O BE refere que o executivo açoriano "sabia desta situação – até porque foi formalmente alertado em maio do ano passado pelas próprias intérpretes – mas, em vez de abrir um concurso público atempadamente", deixou arrastar o processo, "o que pode comprometer seriamente o percurso escolar dos alunos surdos".

O BE sublinha que a escola de referência para o ensino bilingue para alunos surdos em São Miguel é a da freguesia dos Arrifes, em Ponta Delgada, e aponta que os intérpretes de língua gestual da escola "estão há nove anos em condições precárias: primeiro a recibos verdes e depois com contratos a prazo".

Os intérpretes são fundamentais para a educação dos alunos surdos, já que traduzem o conteúdo de todas as disciplinas e permitem a comunicação com professores e colegas, lê-se ainda na nota do BE, que vai propor "uma solução urgente que garanta a continuidade das atuais intérpretes", através de "condições justas e dignas no que diz respeito aos seus direitos laborais".


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