Açorianos responsabilizam governantes pelo valor da abstenção na região
2019-05-15 17:41:39 | Lusa

Os governantes são os principais responsáveis pelo aumento da abstenção nos Açores, segundo a maioria dos 720 açorianos inquiridos no âmbito de um estudo do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade dos Açores.

O documento, que pode ser consultado no sítio da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, que encomendou o estudo para apurar as causas da elevada abstenção na região, refere que além dos governantes (88,8%) são também responsáveis os deputados (88,2%) e os partidos (86,5%).

O parlamento regional constituiu uma Comissão Eventual para a Reforma da Autonomia (SEVERA) dos Açores, visando introduzir um "novo ímpeto reformista" da arquitetura jurídica e constitucional.

As pessoas (68,3%) e a vida em geral (58,8%) são outras das razões apontadas pelos açorianos nesta mostra, que contou com a participação de 720 pessoas, da responsabilidade de Álvaro Borralho, Gilberta Rocha e Osvaldo Silva, docentes da academia açoriana.

Os responsáveis consideram que “porque se trata de um estudo pioneiro", foi concebido um "inquérito amplo com um grande conjunto” de 322 questões, com destaque para o interesse e informação política, participação eleitoral, identificação e participação política, a par da caracterização e associativismo.

A população, de potencial avaliação para o estudo, foi constituída por pessoas com 18 anos ou mais, o que corresponde a 192.357 habitantes das nove ilhas da região.

A população alvo, para a seleção posterior da amostra de inquirição, foi a das cinco ilhas mais populosas, com 18 anos ou mais, correspondendo a 94% da população total da região, totalizando 180.943 pessoas.

Segundo o estudo, em termos de confiança nos protagonistas políticos, o Presidente da República lidera, com 89,6%, seguido do presidente do Governo dos Açores, com 61,4%.

Surgem posteriormente o Representante da República para os Açores (56,9%), a presidente do parlamento regional (56%), o primeiro-ministro (53,9%) e o presidente da Assembleia da República (50,9%).

Tradicionalmente, a região lidera a abstenção no país, sendo os “campeões” da abstenção nas eleições europeias, ultrapassando os 85%, apesar de a região ser uma das maiores beneficiárias de fundos comunitários desde 1986 (1,5 mil ME de euros entre 2014 e 2020).

O concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, foi o que registou no país maior abstenção nas europeias de 2014, com 85,05%, tendo exercido o seu direito de voto 4.099 eleitores de um total de 27.411 inscritos, segundo dados da Direção Geral de Administração Interna.


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