Gaudêncio demite-se da liderança do PSD/Açores e pede eleições internas antecipadas
2019-10-16 10:47:19 | Lusa

O líder do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, demitiu-se, terça-feira, do cargo e vai pedir eleições internas diretas, não adiantando se se irá recandidatar ao cargo que assumiu há um ano.

Alexandre Gaudêncio anunciou, em conferência de imprensa na sede do PSD/Açores, em Ponta Delgada, que se demite do cargo e que vai levar a Conselho Regional o pedido de antecipação de eleições internas da estrutura regional do partido.

A decisão de Alexandre Gaudêncio surge depois de ter sido alvo de uma investigação da Polícia Judiciária por suspeita de violação de regras de contratação pública, de urbanismo e ordenamento do território na autarquia que dirige, o que lhe valeu também algumas críticas internas.

O líder dos sociais-democratas açorianos adiantou na conferência de imprensa que “este não é o momento” para avançar se se recandidatará ao cargo.

Para o político, “o PSD necessita de uma clarificação interna” porque “só assim será capaz de se apresentar aos açorianos como um projeto político alternativo à governação socialista”.

O partido tem “capacidade de ganhar, mas, para isso, precisa de fortalecer a sua força interna, para, externamente, mostrar-se uma força capaz de mobilizar os açorianos”, acrescentou.

“Está nas mãos, por isso, dos militantes do PSD/Açores, o poder de proceder a essa clarificação de que o PSD/Açores precisa. Todos os companheiros que acreditem ser capazes de fazer diferente, devem apresentar-se perante os militantes”, prosseguiu.

Alexandre Gaudêncio garante estar “de consciência tranquila e reconhecido por todo o apoio” que teve “até ao momento” e adiantou que espera ter a situação da liderança do partido resolvida “até ao final de 2019” com um congresso extraordinário, que acontecerá até então.

Depois de ter sido alvo de críticas internas, considerou que “a oposição deve ser feita aos opositores partidários exteriores e não a todos aqueles que passam pela liderança do PSD/Açores”.

Recentemente, Pedro Nascimento Cabral, que foi adversário de Gaudêncio nas eleições internas do partido do ano passado, defendeu que o facto de o líder da estrutura regional ter sido constituído arguido retira "objetivamente credibilidade à ação política do PSD" e denunciou o apoio público de Alexandre Gaudêncio a Luís Montenegro como destabilizador do “normal funcionamento” do partido.

O opositor de Gaudêncio tinha sugerido a marcação de uma reunião do Conselho Regional para debater o futuro do partido depois das derrotas eleitorais nas eleições europeias e legislativas.

A data acordada acabou por ser também alvo de críticas, já que ficou estipulado que a reunião aconteceria no dia 25 de outubro, uma sexta-feira, na ilha Terceira, tendo Pedro Nascimento Cabral criticado o agendamento para um dia de semana.

A data acabou por ser alterada para dia 26 de outubro, sábado, um dia que será decisivo para perceber quem serão os possíveis candidatos ao cargo, mas Alexandre Gaudêncio acredita que “ao avaliar pela quantidade de comentários negativos ao líder do partido, haverá mais do que um candidato”.


Notícias Relacionadas Horizonte