CDS/Açores acusa diretora da Aerogare das Lajes de "incompetência" e "perseguição" a funcionários
2019-11-13 10:06:01 | Lusa

O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, acusou, terça-feira, a diretora da Aerogare Civil das Lajes, na ilha Terceira, de “incompetência” e de “perseguição” aos funcionários, alegando que se vive um “clima de medo” na infraestrutura.

“Vive-se um clima de medo na Aerogare Civil das Lajes. É um regime militar e com castigos”, acusou o dirigente centrista, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, sublinhando que a diretora da infraestrutura “ameaça diretamente” os funcionários.

Artur Lima deu o exemplo de um funcionário da companhia aérea açoriana SATA, funcionário do quadro há mais de 20 anos e delegado sindical, a quem foi retirado o cartão de identificação, obrigando-o a pedir um cartão provisório todos os dias.

Segundo o centrista, há outros casos que não são revelados porque as pessoas “têm medo”.

“O que está a acontecer é a militarização da Aerogare Civil das Lajes. É uma disciplina militar, baseada na ignorância, na prepotência e na perseguição e isso claro que provoca constrangimentos de todo o nível e uma subserviência total”, salientou.

O líder regional centrista acusou ainda a diretora da aerogare de “desnorte e incompetência” por terem sido “emanadas mais de 80 diretivas e contra-diretivas”, entre janeiro e outubro”, o que tem provocado “conflitos” entre diferentes serviços e “constrangimentos” à gestão.

“O saber técnico e a experiência deviam ter sido critérios de seleção para nomear a diretora da Aerogare Civil das Lajes, mas pelos vistos, e como já vem sendo hábito em alguns gestores públicos, nada sabem quando tomam posse e depois parece que são os únicos que sabem tudo”, criticou.

Segundo Artur Lima, “nada foi feito” desde a certificação do Aeroporto das Lajes para uso permanente pela aviação civil, anunciada em julho de 2018, para captar novas rotas para a ilha Terceira ou para reforçar as escalas técnicas, que em 2019 estão reduzidas a “umas poucas dezenas”.

“Não se pode abastecer com passageiros a bordo, as escalas técnicas dos chefes de Estado saíram daqui, as outras escalas técnicas foram desviadas por constrangimentos diversos. O que é que melhorou? É a pergunta que eu faço. De facto, aumentaram o número de rotações de aviõezinhos da SATA, mas mais nada do que isso”, sustentou.

O dirigente centrista alertou ainda para a falta de técnicos de operações aeroportuárias, alegando que “os quatro ao serviço fazem-no por boa vontade e estão absolutamente em ‘burnout’”, quando deviam estar ao serviço nove.

Segundo Artur Lima, a diretora da Aerogare Civil das Lajes pretende também alterar as condições de carreira destes técnicos, “numa desvalorização salarial e estatutária inaceitável, com imprevisíveis e gravosas consequências na futura captação de recursos humanos para a função” e com “efeitos desastrosos na segurança de pessoas e bens”.

Por outro lado, criticou o sistema informático “arcaico” da Aerogare Civil das Lajes, sublinhando que provoca “inqualificáveis atrasos na disponibilização de informação ao público” e que “nem um servidor tem para 'backup' de informação”.

Perante estes constrangimentos, o líder regional centrista, que é também líder da bancada parlamentar do CDS na Assembleia Legislativa dos Açores, anunciou que iria requerer a audição em sede de comissão parlamentar da diretora da Aerogare Civil das Lajes e da secretária regional dos Transportes e Obras Públicas.


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