Aliança pede aos açorianos para protestarem na Internet com faturas da luz
2020-04-17 18:55:41 | Lusa
O Aliança nos Açores pediu hoje aos residentes para se manifestarem com faturas da Eletricidade dos Açores (EDA) nas redes sociais, alertando para a cobrança de "valores mais elevados do que habitual", numa altura de confinamento devido à pandemia.
"Em jeito de manifesto, iniciamos um movimento para que todos se manifestem, postando uma fotografia da sua fatura de eletricidade nas redes sociais, com as pessoas a protegerem os seus dados", pede o partido numa nota de imprensa, frisando que uma empresa como a EDA, que tem o Governo dos Açores "como maior acionista, podia e devia contribuir mais nessa altura".
O texto assinado pelo dirigente máximo do Aliança nos Açores, Paulo Silva, lembra que os açorianos não estão em casa porque querem, mas "em teletrabalho", para "continuar a fazer girar a economia".
Além disso, os pais estão em casa "a tomar conta dos filhos", numa altura em que "as escolas estão fechadas", mas "o ano letivo ainda não terminou".
O partido sublinha ainda que algumas das pessoas que estão em casa pertencem "a grupos de risco, ou seja, maiores de 70 anos, imunodeprimidos e portadores de doença crónica, relativamente aos quais existe um especial dever de proteção", pois devem observar "uma situação de isolamento profilático".
Além disso, "outros estão doentes com covid-19 e infetados e há cidadãos a quem a autoridade de saúde ou outros profissionais de saúde determinaram a vigilância ativa, que ficam sujeitos a confinamento obrigatório", assinala o partido, salientando que a luz é um bem essencial.
"Estamos em casa, e acima de tudo, para nos proteger a nós e aos outros! Não podemos viver sem luz, é necessária no nosso dia a dia", conclui o texto assinado por Paulo Silva.
Até ao momento, já foram detetados na região um total de 106 casos, verificando-se 14 recuperados, cinco óbitos e 87 casos positivos ativos para infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, de acordo com a Autoridade Regional de Saúde.
Os casos infetados dividem-se por 60 em São Miguel, cinco na ilha Terceira, quatro na Graciosa, quatro em São Jorge, nove no Pico e cinco no Faial.
As ilhas de Santa Maria, Flores e Corvo mantêm-se até ao momento sem casos diagnosticados de covid-19.
Portugal regista hoje 657 mortos associados à covid-19, mais 28 do que na quinta-feira, e 19.022 infetados (mais 181), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.