Aliança defende novo modelo de transportes
2020-09-17 10:53:02 | Lusa
O líder do Aliança/Açores e candidato às eleições legislativas regionais de 25 de outubro, Paulo Silva, defendeu uma mudança nos modelos de transporte de passageiros e de carga no arquipélago.
“É fundamental para termos um novo modelo económico, em termos de transportes marítimos”, avançou, em declarações à Lusa, depois de se ter reunido com a direção da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo (CCAH).
Em relação ao transporte marítimo de carga, o dirigente do Aliança considerou que deve haver, pelo menos, uma ligação direta dos portos de Leixões e Lisboa à ilha Terceira, alegando que isso permitiria mais “rapidez” e “economia” no transporte de mercadorias, o que favoreceria as “exportações” da ilha.
Já no que diz respeito ao transporte marítimo de passageiros, o cabeça de lista pelo círculo eleitoral da ilha Terceira defendeu que as ligações nas ilhas do grupo central se devem prolongar por todo o ano, não apenas nas ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), como acontece atualmente.
“Achamos que deve ser um investimento privado, com candidaturas a fundos comunitários, para termos principalmente no grupo central este modelo a funcionar e a ser um modelo atrativo e que funcione durante todo o ano”, frisou.
O Aliança propõe também um novo modelo para a transportadora aérea açoriana SATA, que esteja “concentrado nos açorianos”.
“Temos cinco gateways e temos de trabalhar para ter não só a SATA Internacional a voar destes destinos, mas acima de tudo a SATA Air Açores a fazer reencaminhamentos de ilha para ilha das ilhas que não têm gateway”, apontou Paulo Silva.
O candidato quer que o Aliança tenha uma palavra na utilização dos fundos comunitários destinados aos Açores no próximo quadro comunitário de apoio.
“Temos esperança que o PS perca a maioria absoluta e, perdendo a maioria absoluta, o nosso papel enquanto oposição é apresentar novas ideias e um novo modelo económico para que, de facto, os Açores cresçam a uma só velocidade, independentemente da dimensão populacional que cada ilha tem”, salientou.
Paulo Silva acusou o Governo Regional do PS de ter absorvido a economia privada, tendo colocado “grande parte das pessoas” no setor público.
“Temos uma nova geração muito qualificada, que tem de voltar à sua terra e temos de criar condições de emprego atrativas para que, de facto, a economia privada funcione”, reforçou.
As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.