Covid-19: Governo dos Açores diz que situação está "controlada" mas apela à "contenção"
2021-01-21 15:57:17 | Lusa

O secretário regional da Saúde dos Açores, Clélio Meneses, garantiu hoje que a situação epidemiológica da região está “controlada”, mas apelou à “contenção” da população nos festejos que antecedem o Carnaval.

“Ao contrário do que sucede no resto da Europa e de uma forma muito intensa no território continental português, a situação nos Açores está perfeitamente controlada e decorre daquilo que têm sido as medidas que o Governo Regional tem adotado, mas sobretudo do comportamento das pessoas”, disse Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Os Açores têm atualmente 643 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, dos quais 621 em São Miguel, 16 na Terceira, quatro nas Flores, um no Faial e um no Pico.

O secretário regional da Saúde salientou que os números estão a baixar e que a ilha de São Miguel concentra 96,5% dos casos, lembrando que a região já teve 916 casos ativos.

Ainda assim, sublinhou, “basta haver um descuido” para que volte a haver “sinais de preocupação”.

“Está consolidada a redução de casos, mas é importante que se perceba que isto não está resolvido. Pode a qualquer momento a situação voltar a tornar-se mais preocupante e a necessitar de maior acompanhamento”, alertou.

Nas quatro quintas-feiras anteriores ao Carnaval comemoram-se tradicionalmente nos Açores os dias de amigos, amigas, compadres e comadres, o que, segundo Clélio Meneses, são “momentos de potencial risco”.

“Podem as pessoas celebrar à medida daquilo que é adequado, mas sempre com limites, garantindo as distâncias, o cumprimento das regras de higiene, o uso das máscaras. É essencial que isto aconteça”, alertou, alegando que se as pessoas facilitarem “os números vão crescer”.

Segundo o governante, até ao momento foi detetado apenas um caso da estirpe inglesa do novo coronavírus nos Açores, mas foram enviadas análises de “oito casos suspeitos” para o Instituto Ricardo Jorge.

“Não podemos ver a nova estirpe como um terror, mas também não podemos negligenciar”, apontou.

Desde dezembro, já foram realizadas três operações de testagem em massa na ilha de São Miguel: uma na vila de Rabo de Peixe, uma nas escolas de Vila Franca do Campo e Rabo de Peixe e outra, que está a ser ainda concluída, na freguesia de Ponta Garça e na vila de Rabo de Peixe.

O Governo Regional decidiu agora “proceder a rastreios regulares de deteção rápida” em locais com maior concentração de pessoas, como escolas, hospitais e lares, mesmo “sem haver sinal evidente de alarme”.

“Muitas vezes o que pode acontecer é existirem casos positivos assintomáticos, casos de pessoas que não vão ao hospital, que não se identificam como tendo caso positivo. E, se não sabemos isso, não conseguimos fazer o acompanhamento, o isolamento e a identificação dos casos próximos”, justificou Clélio Meneses.

Serão ainda criadas “equipas multidisciplinares de intervenção e acompanhamento das populações nos lugares de maior risco”, com médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, que darão “apoio e orientação aos casos positivos e aos contactos próximos”.

O executivo açoriano decidiu também criar um “apoio ao alojamento para quem não tem condições para garantir o isolamento de casos positivos e de contactos próximos” e determinar a realização de testagens nos locais onde existem surtos, “para evitar que as pessoas circulem para outros locais para realizar os testes”.

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